É primordial e absolutamente necessário que cada discípulo tenha consciência da necessidade de realizar seu trabalho psicológico a partir da auto-observação, pois se não fizermos isso, estaremos perdendo o tempo lamentavelmente. E nossa vida deve ser aproveitada ao máximo para que dê frutos espirituais.
O Cristo ensina que há de se “colocar vinho novo em odre novo”. Esse vinho novo é a sabedoria gnóstica e o odre novo é a mente purificada com o trabalho psicológico, para, aí sim, receber o vinho como ensinamento. Se não fizermos assim, simplesmente teremos computado como máquinas o ensinamento gnóstico, para realizar logo comparações com outras informações, estabelecendo verdades falsas e geralmente deformadas, adulteradas e tergiversadas.
É irrefutável que o trabalho esotérico começa com a rigorosa observação de “si mesmo” e o fugir deste tipo de trabalho ou buscar desculpas ou evasivas, é sinal inconfundível de degeneração, ou seja, é impossível uma criação ou desenvolvimento interior.
Desafortunadamente, no mundo das opiniões subjetivas, diversas teorias pseudoesotéricas servem de rua sem saída para os discípulos que não trabalham sobre “si mesmos”. O conhecimento deste ensinamento só serve se o levarmos à prática, à vivência, à compreensão profunda e iluminadora.
Mas, infelizmente, o homem-máquina desenvolve unicamente o lado do conhecimento, acumulando em seu computador ou subconsciente mais e mais teorias e conceitos, esquecendo-se do Ser Divino que se encontra dentro de si.
Um estudante gnóstico perguntou: “Há coisas nos estudos gnósticos com as quais estou de acordo e outras não”. Mas esse estudante se equivoca, porque a Gnosis como sabedoria transcendental não é para se estar ou não de acordo com ela, senão para comprová-la, levando à prática o ensinamento, para que assim o Centro de Gravidade de nossas ações seja a consciência e não o ego com seu subconsciente computadorizado.
O trabalho psicológico nos permite ir estabelecendo uma continuidade de propósitos. É normal que alguém se entusiasme pelo trabalho espiritual e logo o abandone. Necessitamos mudar com urgência máxima, para que os germes do homem, desse Cristo Interior em nós, comece a dar frutos.
Só trabalhando sobre “si mesmo”, com verdadeira continuidade de propósitos, é que poderemos nos converter em homens solares e isso implica consagrar a totalidade de nossa existência ao trabalho esotérico sobre “si mesmo”, não nos perdendo nem nos identificando com as diferentes circunstâncias da vida.
Desafortunadamente, essa continuidade de propósitos que nos permite consagrar a totalidade de nossa existência ao trabalho sobre “si mesmos” é muito difícil, já que não possuímos a verdadeira individualidade. Somos uma multiplicidade egoica, e cada eu ou defeito tem seus critérios, projetos, ilusões. Aqui está o porquê de tantas desculpas, tantas evasivas, tantas atrações fascinantes para realizarmos o trabalho psicológico que torna quase impossível a urgência do trabalho interior.
Um homem é o que é sua vida
Um dia de nossa vida é uma pequena réplica desta mesma vida, em sua totalidade. Se o discípulo não se propuser a trabalhar um primeiro dia sobre “si mesmo”, nunca poderá mudar nem se autoconhecer.
Nossa vida divide-se em dias, meses e anos, e se não trabalhamos no primeiro dia, ou seja, o aqui e agora, é claro que não haverá um ponto de partida. Talvez digamos “amanhã”, mas lembre-se: “Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje”. E: “O ontem não existe mais, o amanhã é somente uma possibilidade, e a única realidade é o hoje”. Enquanto dissermos que começaremos amanhã, nunca começaremos.
Cada dia é uma réplica ou cópia de toda a vida. Por quê? Porque todos os dias fazemos o mesmo, na grande maioria das vezes de forma repetitiva e mecânica: levantamos, tomamos banho, comemos, saímos à rua, vamos ao trabalho sempre pelo mesmo caminho e da mesma forma, trabalhamos, nos relacionamos com pessoas sempre com as mesmas reações, voltamos para casa e dormimos…
Se começamos a nos auto-observar e estamos conscientes no primeiro dia, é lógico que teremos iniciado um verdadeiro desenvolvimento espiritual, e continuando-o no próximo “hoje”, diariamente, nos permitirá estabelecer uma continuidade de propósitos, logrando, assim, progressivamente um CENTRO DE GRAVIDADE SOBRE A NOSSA CONSCIÊNCIA.
Com o propósito de trabalhar sobre “si mesmo” é preciso demarcar o campo de trabalho, não devemos sonhar preguiçosamente a trabalhar num futuro, ou em esperar uma oportunidade extraordinária, senão trabalhar hoje, demarcar o trabalho prático para o dia de hoje, a esse mesmo dia em todos os seus eventos, e a não pensar em termos de amanhã.
Caro leitor, você começou a observar-se no tocante ao dia de hoje, AGORA, ao dia comum, sempre recorrente, miniatura de um ano e de sua vida inteira? Todos conhecem este ditado: “A cada dia lhe basta seu afã”. Mas você tem pensado alguma vez no que significa esse ditado e tem considerado o contexto sob o qual o Cristo Jesus fez essa observação? Por exemplo, que sentido tem quando diz “basta”? “Basta”, para quê? Basta trabalhar para o afã de hoje?
Se um homem começa a trabalhar, ainda que seja um pouco, a cada dia, sobre seus desgostos e penas, e a fazer-se consciente de seus atos recorrentes diários, começa então a trabalhar praticamente sobre “si mesmo”. Mas é preciso que conheça seu dia e que você se conheça em relação com seu dia.
Há um certo dia ordinário que cada pessoa experimenta, exceto nos acontecimentos inusitados. Os eventos do dia ordinário têm certa similaridade recorrente para cada pessoa. Agora bem, vamos supor que um homem nunca se dá conta deste particular e nunca observa a “si mesmo” em conexão com os eventos do dia comum.
Então, como pode ocorrer a ele que está trabalhando sobre si e como pode supor que é possível mudar? A mudança do Ser começa com a troca das reações ante os verdadeiros incidentes do dia. Isto é o começo de viver a vida de uma nova maneira, num sentido verdadeiro e prático. Se você se comporta de mesma maneira todos os dias ante os mesmos eventos recorrentes (ou seja, que se repetem continuamente), como poderão crer que é possível mudar?
Para chegar ao conhecimento de si, comece a observar sua conduta ante os acontecimentos de um só dia de suas vida. Observe quais são suas reações, quer dizer, observe suas reações mecânicas ante todos os pequenos eventos que ocorrem e ante as demais pessoas; examine o que dizem, sentem e pensam, e como você reage mentalmente, verbalmente e fisicamente.
Então, trate de ver como podem mudar essas reações. Claro está, se tem a certeza de que SEMPRE SE COMPORTA DE FORMA CONSCIENTE e racional e que NUNCA ESTÁ EQUIVOCADO, nada mudará em você, porque nunca será capaz de se dar conta de que VIVE COMO UMA MÁQUINA, absolutamente repetitiva, uma pessoa mecânica, que sempre diz, sente, pensa e faz uma e outra vez as mesmas coisas.
Mas, quiçá, devido a uma crescente consciência de si, você se dá conta de que não é uno, de que não é um indivíduo plenamente consciente, senão que em certo momento é uma pessoa mesquinha, no próximo uma pessoa irritável, depois uma pessoa benevolente, mais tarde uma pessoa escandalosa ou caluniadora, depois um santo e logo um embusteiro. Faça o exercício de se comportar de forma consciente durante uma pequeníssima parte de sua vida, porque tudo o que fazemos aqui e agora nos afeta para sempre.
Um só momento em que se está bastante consciente para não se comportar mecanicamente, se fez isso voluntariamente, modificará muitos resultados futuros. Se você aprende, digamos, um pouco de francês hoje, conhecerá mais amanhã; mas se hoje não faz nada, amanhã não conhecerá nada. Ocorre o mesmo com o trabalho sobre si. Mas é preciso trabalhar voluntariamente sobre si e não porque alguém lhe diga que deve fazê-lo. Trabalhar de má vontade ou para fazer méritos é uma coisa; e trabalhar sobre si porque há algo que não nos agrada e anelamos mudar, é outra coisa.
O modo como tomamos a vida é equivocado porque a causa do hábito chega a se petrificar e deste modo torna-se mecânica. Logo, em verdade, como mecânicos e por isso carecemos de todo sentido verdadeiro do que estamos fazendo e nossos dias passam de uma estranha maneira não sentida, por exemplo, levamos a cabo os hábitos mecânicos do dia. Assim, não temos uma verdadeira vida e não recebemos novas impressões. O “eu”, quer dizer, a máquina, atua. Mas se um homem inicia seu dia conscientemente, o dia inteiro será diferente para ele.
O discípulo deve chegar a conhecer o que significa trabalhar sobre “si mesmo” e, desta forma, tomará sua vida como um dia. Deve ver, observar e compreender que é para ele um dia, e não crer que um dia carece de importância por ser tão habitual e que o trabalho não tem significado para o futuro ou que o trabalho é algo “que ainda não tem oportunidade de aplicar a si, porque está ocupado com o trabalho do dia a dia”.
Como você se levanta? Qual seu estado de ânimo no desjejum? O que é que sempre o transtorna? Etc. Rogo a você, caro estudante, não pensar que a mudança de si mesmo significa um mero fumar menos ou comer menos. Recorde que esse trabalho é psicológico.
Nossa vida cotidiana, nossa profissão, nosso negócio, nossa ocupação etc., não são senão um sonho com o qual nos identificamos.
Esta compreensão vem lentamente quando compreendemos melhor o que significam o sonho e a mecanicidade e por que se diz que a humanidade está adormecida e que sua vida é mecânica.
Para trabalhar sobre si mesmo é preciso trabalhar sobre a vida cotidiana e então compreenderemos o que significa a misteriosa frase na Oração do Senhor: “O PÃO-NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE”.
A frase “cada dia”, significa, “o pão substancial” em grego “o pão do Alto”. Os ensinamentos como produto deste trabalho psicológico nos dão o pão para a vida, a vida psicologicamente vivida, no duplo sentido de ideias e de forças para fazer frente aos desgostos da vida mecânica cotidiana; nos oferecem “o pão substancial” e assinala a nova vida que começa em nós mesmos; porque no trabalho psicológico todos buscamos ser uma nova pessoa, absolutamente diferente de tudo quanto temos vivido.
Agora, ninguém pode alterar sua vida ou modificar coisa alguma a respeito das reações mecânicas de sua vida cotidiana a menos que conte com a ajuda de novas ideia e receba auxílio Divino. No trabalho psicológico não existe nada depreciável. Qualquer pensamento, por insignificante que seja, merece ser observado do mesmo modo que qualquer emoção ou reação negativa.
Necessitamos preparar os centros inferiores para receber as ideias e as forças que sempre vêm dos centros superiores (mas não são captados devido ao pesado estado de sono interno). Mas toda tentativa feita voluntariamente, para corrigir uma ação negativa ou separar-se dela, todo intento de recordação de si ante uma dificuldade, todo ato de sincera observação de si, como quando alguém mente ou se dá demasiada importância devido à falsa personalidade, ou se deforma a verdade para ferir outra pessoa, ajuda a fazer as conexões corretas nos centros inferiores e os prepara assim para sua união com os centros superiores e para receber a ajuda que provém deles.
Nesse trabalho psicológico, o discípulo, ao voltar-se consciente de seus atos recorrentes, afasta-se dos efeitos mecânicos da vida. De outro modo, estaria devorado pela mecânica da vida. Se o discípulo se identifica com todos os eventos da vida prática e esgota suas forças em emoções negativas e em autoconsiderações e em vão palavrório insubstancial de conversa ambígua nada edificante, nenhum elemento real pode se desenvolver nele fora do que pertence ao mundo mecânico.
Se nós queremos que algo real cresça em nosso interior, é claro que devemos evitar o escape das energias psíquicas. Quando temos perda de energia e não estamos isolados na intimidade, é inquestionável que não poderemos lograr o desenvolvimento de algo real em nossa psique.
A vida ordinária comum e corrente quer nos devorar implacavelmente, e nós devemos lutar contra a vida diariamente, devemos aprender a nadar contra a corrente.
Esse trabalho psicológico vai contra a vida, trata-se de algo muito distinto aos nossos dias, e sem embargo devemos praticá-lo de instante em instante, então, com isso nos referimos à Revolução de Consciência.
Ali Onaissi – jornalista, escritor e coordenador do Portal GnosisOnLine
o novo e muito difícil de ser aceito,mas na grande verdade não existe nada novo,ou ao mesmo tempo, o que e novo pode ser relativo.porque, tudo que existe e tao velho quanto seus principio,o que devemos saber e que devemos estar livre pra saber aprender e ser.se ficarmos preso aquilo que nos conforta e nos da segurança e que nos coloca e situação inesperada deixamos de ver novos mundo e realidades e aprender.VIVA O MOMENTO E SINTA A VIDA.
Boa tarde irmãos
Gostaria de aproveitar a oportunidade e deixar aqui meu contato para aqueles da gnosis que adentrarem a segunda camara e precisarem de cordão para o ritual de iniciação.
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Aqueles que tiverem interesse ou quiserem encomendar para seu lumisial estou a disposição
Paz Inverencial