No ano de 1950 a.C., na ilha de Samotrácia (atualmente Samandrakis), viveram os Kabires da Samotrácia. A Grécia era então considerada o centro dos Mistérios Antigos.
A Samotrácia é uma pequena ilha no arquipélago grego, entre a Ásia Menor e a Grécia. Seus deuses eram tidos como idênticos aos poderosos Cábiros – os Dióscuros e os Coribantes. Eram oito os deuses cabíricos, divididos em quatro categorias: Oxieres, Axio-Keroa, Dióscuros e Coribantes.
Havia também sete divindades, os sete espíritos adiante de Júpiter, que foram veneradas em Tebas, Lemnos, Frígia, Macedônia e em especial na Samotrácia, onde não era permitido a nenhum profano falar deles ou sequer nomeá-los. Ainda abaixo delas, muitas divindades ligadas aos Mistérios Menores.
Seus ritos envolviam a navegação (ou seja, a arte de dominar as Águas da Vida), com cultos aos Dióscuros (Castor e Pólux), e esses deuses da Navegação eram cultuados com fervor pelos Adeptos.
Seus Mistérios foram levados à Frígia por Dardanus, e após para a Itália, onde foram confiados às Vestais, sacerdotisas de Vesta (a Deusa da Santidade, da Castidade e do Fogo) que conservavam o Fogo Sagrado da Deusa (a Mãe Kundalini), e seu dever era manter a Castidade.
Os Mistérios da Samotrácia tinham 3 fases: na primeira celebrava-se a morte de Cashmala por seus três irmãos (Aschieros, Chiochersus e Achio-Cifersa), que o perseguem e o assassinam no quarto.
E aqui se repetem as Tradições de Osíris, Adônis, Jesus, Baco, José filho de Jacó, Balder e Hiram Abiff, entre outras. Os Mistérios Kabíricos eram muito respeitados entre os antigos.
As crianças eram incluídas nos cultos, com a mesma dignidade e respeito dos adultos.
Os criminosos que lograssem atingir o santuário ficavam livres de perseguição.
A expedição dos Argonautas, acatando o conselho de Orfeu, deteve-se na ilha da Samotrácia para que seus membros fossem iniciados nos Ritos Kabíricos.
A principal ciência da Samotrácia foi a Estratégia, e os oficiais militares eram chamados Estrategas ou Estratégios. Tinham uma escola militar e científica, de onde saíram os melhores capitães da Grécia.
Seus Mistérios tinham por finalidade a coragem e o patriotismo, e os que se destacavam ao serviço da pátria eram anualmente coroados em celebração pública.
Com relação a isso, lembramos o ocorrido nas Termópilas (portas quentes), desfiladeiros da Grécia continental, na costa meridional do Golfo de Lâmia, servindo de passagem entre a Tessália e a Lócrida.
Nas Termópilas travou-se, em 489 a.C., o encarniçado combate entre os persas invasores e os 300 espartanos de Leônidas. Após dois dias, foram traídos por Efialtes, que indicou uma passagem secreta aos persas, permitindo atacá-los pelas costas. Lutaram então Leônidas e seus comandados até o último homem.
Os Mistérios Kabíricos, não sendo senão uma translação dos Mistérios egípcios, exerceram grande influência sobre a civilização grega, o que bem atesta o elevado grau de sua civilização.
Segundo o VM Samael Aun Weor, os 8 Kabires (termo semítico que significa Os Grandiosos) possuem uma antítese, os 8 “Kabires Negros”, membros da alta hierarquia da Loja Negra…
Os Kabires são Deuses (Devas) do Fogo ligados intimamente à Kundalini do centro da Terra. Este fogo é distribuído harmonicamente de acordo com o dualismo do yin-yang para a manutenção e preservação da vida na superfície e no interior do planeta.
Ali Onaissi. Jornalista, escritor e o coordenador do Portal GnosisOnLine