O que é um Mutante

7
15854

Desde o momento em que Louis Pauwels e Jacques Bergier falaram didática e cientificamente dos Mutantes, começou a produzir-se no mundo intelectual uma verdadeira inquietude ideológica. Sem dúvida, essa questão dos Mutantes é algo insólito e inusitado, todavia precisamos urgentemente elucidar, esclarecer e iluminar meticulosamente esta matéria de estudo.

Aprofundando-nos nesse assunto de importância tão vital, podemos descobrir claramente duas classes de Mutações. Quanto à primeira classe, daremos o qualificativo de favorável e à segunda reputaremos como desfavorável.

Mutação significa mudança, troca, alteração, variação. O fundamento, base, apoio e alicerce do Mutante é o Sexo. Os dois autores acima citados querem ver, nas crianças prodígio, casos reais de autênticos Mutantes.

Louis Pauwels e Jacques Bergier, fundadores do Realismo Fantástico
Louis Pauwels e Jacques Bergier, fundadores do Realismo Fantástico

O doutor J. Ford Thomson, depois de haver examinado 5 mil crianças na Inglaterra, verificou: “Um acesso de febre da inteligência”.

Das últimas 90 crianças, entre 7 e 9 anos de idade, interrogadas por esse psiquiatra, 26 tinham um cociente intelectual de 140, o que equivale ao gênio ou um pouco menos.

Diz o dr. Thomson que o estrôncio 90, produto radioativo que penetra no corpo, pode ser o responsável por isso. Todavia, esse produto não existia antes da primeira explosão atômica.

Dois sábios norte-americanos, C. Brooke e Robert K. Endres, na sua famosa obra intitulada The Nature Of Living Things, creem poder demonstrar que o agrupamento dos genes sofre atualmente uma perturbação e que, sob o efeito de influências ainda misteriosas, uma nova raça de homens dotada de poderes intelectuais superiores está surgindo. Esta é uma tese bastante atrevida e que deve ser acolhida com certas reservas.

É sabido claramente que o átomo da hereditariedade foi localizado nos cromossomos. Resulta também inteiramente manifesto que a hereditariedade biológica pode ser transformada radicalmente para dar origem a um Mutante.

Nisso que chamamos de Transmutação Sexual e no Sahaja Maithuna, tal como ensinamos no capítulo 26 deste livro (Nota do GnosisOnline: Meu Regresso ao Tibet), há uma autêntica rebeldia psicológica e um sacrifício dos mais espantosos. Diríamos ainda mais: uma insurreição declarada contra a hereditariedade biológica.

O resultado patente e manifesto desse tipo bem especial de rebeldia psicossexual é o Mutante. Nós, Gnósticos, necessitamos estudar profundamente as leis fundamentais e definitivas da mutação científica.

Qualquer Mutante legítimo do tipo favorável é o resultado específico de cristalizações distintas do hidrogênio sexual Si-12. O hidrogênio sexual Si-12 representa o produto final da transformação dos alimentos no interior do maravilhoso laboratório do organismo humano.

Resulta ostensível que essa é a matéria-prima com que o sexo trabalha. Essa é a matéria-prima da Grande Obra fabricada sabiamente pelo sexo. Indubitavelmente, a Ens Seminis e seu peculiar hidrogênio Si-12 são semente e fruto ao mesmo tempo.

Transmutar esse hidrogênio portentoso para dar-lhe uma cristalização inteligente em uma segunda oitava superior significa, de fato, criar uma nova vida dentro do organismo já existente, ou seja, dar forma evidente ao corpo astral ou sideral dos Alquimistas e Cabalistas.

O Mestre G dizia: “Vocês devem entender que o corpo astral nasce do mesmo material, da mesma substância, da mesma matéria de que nasce o corpo físico, e a única diferença reside no procedimento”. “Todo o corpo físico e todas as suas células ficam, por assim dizer, impregnadas pelas emanações da matéria que se constitui no hidrogênio Si-12. Quando elas se saturam suficientemente, a matéria Si-12 começa a se cristalizar”.

Em seguida, acrescenta o Mestre G, dizendo: “A cristalização dessa matéria promove a formação do corpo astral”. A transição da matéria Si-12, num processo de emanações e a gradual saturação de todo o organismo com essas emanações, é o que a Alquimia denomina de “Alquimia de Transmutação” ou “de Transformação”.

Gurdjieff, ou Mestre G, trouxe do Oriente a doutrina do Super-Homem e do Mutante
Gurdjieff, ou Mestre G, trouxe do Oriente a doutrina do Super-Homem ou do Mutante

Continua o Mestre G dizendo: “É justamente essa transformação do corpo físico em astral o que a Alquimia chama de transformação dos metais “grosseiros” em metais “finos”, ou seja, a obtenção de ouro através dos metais ordinários”. [A chave científica da Transmutação Sexual é o Sahaja Maithuna, ensinado no capítulo 26 deste livro (Meu Regresso ao Tibete).]

O homúnculo, equivocadamente chamado Homem, não nasce com corpo astral. Obviamente, esse precioso veículo não é um implemento indispensável para existir neste mundo físico, posto que o organismo humano possui um assento vital que lhe permite viver.

O corpo astral é um luxo a que poucos se podem dar. Um Animal Intelectual, sem esse veículo sideral, pode dar a impressão de ser muito inteligente e até espiritual, podendo, de tal forma, enganar a outros e a si próprio.

No entanto, há algo que o Mestre G não se lembrou de falar. Quero referir-me de forma enfática ao Demônio Apopi dos Mistérios egípcios, o qual é, em si mesmo, o corpo de desejos. É óbvio que os clarividentes pseudoesoteristas e pseudo-ocultistas confundem o precioso corpo astral com o Demônio Apopi. Esse horrível Demônio chamado Apopi, assento de toda bestialidade passional, está em íntima relação com o sistema nervoso grande simpático.

Aprofundemo-nos um pouco mais neste tema tão importante. Desçamos às profundeza, à mente. Permitam-me a liberdade de discordar do famoso dr. J. Ford Thomson. Francamente, não creio que as famosas crianças prodígio descobertas por aquele psiquiatra sejam Mutantes!

Recordemo-nos que o Ego é memória e que retorna a novas “matrizes” humanas; que se reincorpora depois de cada morte. Diz o ditado popular: “O Diabo não sabe tanto por ser Diabo, quanto por ser velho”. Nesta etapa da vida, os Egos acham-se velhos.

Já retornaram a este mundo muitas vezes; já repetiram demasiado o que sabem e o que aprenderam. Como resultado disso, temos os chamados meninos prodígio, gente que sabe muito bem seu ofício. Isso é tudo.

O homúnculo miserável, falsamente chamado Homem, ainda não possui a autêntica Mente Solar, possui apenas o entendimento de um Animal Racional e, ainda que seja uma criança prodígio, não é um Mutante.

Seria o cúmulo dos absurdos conceber um Mutante com mente de tipo lunar, animal e bestial. (Isto somente é possível nos Mutantes qualificados desfavoravelmente.)

Infelizmente, também nisso se equivocaram lamentavelmente os grandes clarividentes do pseudoesoterismo e do pseudo-ocultismo reacionários, confundindo o Demônio Hai, horror de Osíris, com o legítimo Veículo Mental Solar.

O citado demônio intelectual constitui-se no corpo mental lunar, animal, que atualmente ocupa, dentro do organismo humano, o lugar que a autêntica Mente-Cristo do Mutante favorável deveria ocupar.

O Animal Intelectual não nasce com o corpo mental do tipo solar. Deve fabricá-lo se é que quer se converter em um Mutante favorável. É ostensível que o alquimista pode e deve transmutar o hidrogênio sexual Si-12, passando-o para uma terceira oitava musical, através do Sahaja Maithuna.

O resultado será então a cristalização do citado elemento na esplêndida e surpreendente forma do veículo suprassensível Mental Solar.

corpos-solares-gnosisonline

Esta é a Mente-Cristo do Arhat Gnóstico, resultado extraordinário da Mutação Sexual. Este tipo específico de mente difere tanto do intelecto animal como a água do azeite.

Outro tema muito discutível e que de maneira alguma convém esquecer neste capítulo é o do corpo causal ou corpo da vontade consciente. Resulta claro, patente e manifesto, que também nisso se equivocaram lamentavelmente os clarividentes de alguns sistemas pseudoesotéricos e pseudo-ocultistas ao confundirem a Essência com o corpo causal.

A Essência, em si mesma, é tão somente uma fração da alma humana encarnada em nós, engarrafada no Ego, embutida nos corpos lunares.  Inquestionavelmente, esse homúnculo equivocadamente chamado Homem está submetido à Lei de Recorrência, não sendo capaz de originar nada novo. É, portanto, vítima das circunstâncias.

Cada vez que o Ego retorna a este Vale do Samsara, repete exatamente todos os atos de suas vidas anteriores, ora em espirais mais elevadas, ora em espirais mais baixas. Por estes tempos de pseudo-ocultismo barato, muito se fala sobre a Lei de Epigênese, qual seja, a capacidade para originar novas circunstâncias. Obviamente, apenas os Homens Autênticos, dotados de Vontade Consciente, é que podem modificar seu destino e originar uma nova ordem de coisas.

O Animal Intelectual não fabricou o corpo da vontade consciente, o veículo causal. O pobre homúnculo racional é sempre vítima das leis eternas de Retorno e Recorrência. O posto que dentro de nós deveria estar ocupado pelo corpo causal, infelizmente, está ocupado pelo Demônio Nebt dos Mistérios egípcios. Esse Demônio é a personificação viva da Má Vontade. Necessitamos criar o corpo causal se é que verdadeiramente queremos encarnar o Ser.

Só o Ser pode fazer. Só o Ser pode modificar circunstâncias e exercer com maestria a Lei da Epigênese. Quem de verdade quiser fabricar o corpo causal deve transmutar o hidrogênio sexual Si-12 e passá-lo a uma quarta oitava musical, através do Sahaja Maithuna, para cristalizá-lo na excelente configuração do veículo da vontade consciente.

O autêntico Mutante possui, de fato e de direito próprio, os quatro corpos: físico, astral, mental, causal. É condição vital para o Segundo Nascimento possuir os quatro corpos da Alquimia.

Quem encarna o Ser chega ao Segundo Nascimento e se converte em um Duas-Vezes-Nascido, em um legítimo Mutante. Inquestionavelmente, o Mutante favorável provém de cristalizações positivas do hidrogênio sexual Si-12. Todavia, não devemos esquecer que existem também Mutantes desfavoráveis, cristalizações negativas do hidrogênio sexual Si-12.

Quero referir-me de forma enfática aos Adeptos do Tantrismo Negro, àqueles alquimistas que derramam o Vaso de Hermes e que ejaculam a Ens Seminis durante o Sahaja Maithuna. Esses alquimistas desenvolvem o Abominável Órgão Kundartiguador, fortificam dentro si mesmos os três traidores de Hiram Abiff e os Demônios de Seth.

Esses três traidores – Judas, Pilatos e Caifás – são os mesmos três Demônios dos Mistérios Egípcios citados neste capítulo, representando o Demônio do Desejo, o Demônio da Mente e o Demônio da Má Vontade.

O Mutante desfavorável encontra-se diante do seguinte dilema: ou desintegra sua falsa cristalização ou ingressa na involução submersa, no Ciclo da Terrível Necessidade. O Mutante desfavorável não pode encarnar o Ser dentro de si mesmo. Constitui-se efetivamente num fracasso cósmico.

Mutações radioativas nada têm a ver com as mutações esotéricas ensinadas nas autênticas Escolas Iniciáticas
Mutações radioativas nada têm a ver com as mutações esotéricas ensinadas nas Escolas Iniciáticas. As primeiras referem-se a deformidades físico-psíquicas. Já a segunda, à transformação interior pela energia da Kundalini

O Mutante desfavorável é certamente um homúnculo perverso, jamais um homem verdadeiro. É claro que para alguém ser um Homem autêntico necessita antes fabricar os Corpos Solares e encarnar o Ser.

Logo, o Homem é o legítimo Mutante, o verdadeiro Adepto, tão diferente do animal intelectual, como o dia da noite.

A radioatividade pode causar modificações nos genes de certos indivíduos, porém, jamais poderia criar um Mutante, favorável ou desfavorável. A proteína do gene, ligeiramente afetada, deixaria de produzir – como declara Louis Pauwels – certos ácidos que são a causa da angústia. Então veríamos surgirem pessoas sem temor algum, gente cínica, perversa, que sentem prazer em matar, porém, esses não são Mutantes, como supõem muitos autores.

Parece-me absurdo pensar que os efeitos da radioatividade correspondam, como supõe Pauwels, a uma vontade dirigida do Alto. Também não me parece correto aquele conceito de que a mutação genética produzida pela radioatividade atômica destes tempos signifique uma assunção espiritual da humanidade.

Obviamente, uma intensa radioatividade pode alterar a ordem dos genes e originar embriologias defeituosas, porém, esses espécimes monstruosos não são Mutantes. Não negamos que exista mutação, troca ou variação em uma embriologia monstruosa, porém, o autêntico Mutante que estamos estudando neste capítulo difere radicalmente.

Parece-me absurda a ideia de que possa nascer o mutante de uma simples alteração fundamental da proteína do gene. Essa ideia do mutante é fascinante, assombrosa, formidável. Do lado dos Luciféricos sai Hitler gritando: “Vou revelar-vos o segredo: a Mutação da raça humana já começou, já existem seres sobre-humanos”.

Do lado do hinduísmo renovado, fala Pauwels: “O mestre do Ashram de Pondicherry, um dos maiores pensadores da Nova Índia, Sri Aurobindo Ghose, fundamentou sua filosofia e seus comentários dos textos sagrados sobre a certeza de uma evolução ascendente da humanidade, que se estaria realizando por Mutações”.

Nós, Gnósticos, enfatizamos a ideia de que não é possível o nascimento do Mutante através de explosões atômicas e radioatividade. Nós não comungamos com hóstias de pergaminho. A nós ninguém pode enganar. Jamais aceitaremos o dogma da Evolução.

O Mutante é o resultado da Revolução da Consciência. Ele é o produto vivo da Rebeldia Psicológica. Parece-me utópico aquele conceito extravagante do dr. Louis Wolf, especialista inglês em doenças infantis, quando afirma que por ano na Inglaterra nascem cerca de 30 mil Mutantes fenilcetonúricos.

Comenta Pauwels que esses Mutantes possuem genes que, segundo ele, “não produzem no sangue determinados fermentos que atuam no sangue normal”. Continua o citado autor dizendo que um Mutante fenilcetonúrico é incapaz de dissociar a fenilalanina.

Prosseguindo, Pauwels explica que essa incapacidade torna a criança vulnerável à epilepsia e ao eczema. Provoca, segundo o mesmo autor, uma coloração esmaecida e cinzenta no cabelo e torna o adulto propenso às enfermidades mentais.

O Mutante é produto da Alquimia Sexual, ou Arcano AZF
O Mutante é produto da Alquimia Sexual, ou Arcano AZF

Crê ainda o mencionado autor que essa raça fenicetonúrica, à margem da humanidade normal, seja o resultado de mutações desfavoráveis produzidas pela radioatividade. Pauwels não quer se dar conta que essa raça fenilcetonúria é constituída de gente enferma, ainda que de tipo desfavorável, jamais de Mutantes.

Pauwels não quer compreender que esses espécimes humanos enfermos são, com toda certeza, o resultado de explosões atômicas. É lamentável que se faça uma mística dessas loucuras científicas como as experiências atômicas, Bomba H etc. Pauwels acredita na possibilidade de Mutações favoráveis através da radioatividade desta época fatal em que vivemos.

Supõe que esse tipo positivo de Mutantes poderia, diz ele, ter em seu sangue produtos suscetíveis de melhorar seu equilíbrio físico e de aumentar seu coeficiente de inteligência muito além do nosso. Pauwels pensa que essa classe de Mutantes poderia levar em suas veias sedativos naturais que os protegeriam dos choques psíquicos da vida, dos complexos de angústia etc. etc. etc.

É lastimável que esse inteligente autor tenha feito das explosões atômicas e de suas radiações uma religião.

Samael Aun Weor, Meu Regresso ao Tibete

7 COMENTÁRIOS

  1. por que ele fala esses pontos negtiavos, ex gre1fico: po vei te1a 1000 vezes melhor que o 1 ne9? ele poderia pelo menos dizer isso, e a pior coisa do jogo foi trocarem alex murcer( acho que e9 assim que escreve). pega um pouco mais leve bj. mas veddeo excelente. quem concorda da joinha

    • Usando o contexto da palavra “mutante” como se lê nesta conferência, é de vital importância nos aprimorarmos sempre até conseguirmos encarnar a FORÇA CRÍSTICA que existe em nosso interior “em potencial”.
      Isso é ser um Mutante… Um Super-Homem capaz de EXPRESSAR o EU SOU CRISTO… Assim como Jesus e outros fizeram.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.