Meditação e Vazio Iluminador

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Paz Inverencial! Torna-se urgente que se compreendam a fundo as técnicas da meditação. Hoje falaremos sobre o Vazio Iluminador.

Ao iniciar este tema, vejo-me obrigado a narrar de forma direta aquilo que sobre o particular pude verificar experimentalmente. Creio que os que me escutam estão informados sobre a maravilhosa Lei da Reencarnação. Pois, nela, eu fundamento o relato seguinte:

Quando a Segunda Sub-Raça da nossa atual raça ariana floresceu na antiga China, estive ali reencarnado e me chamei Chou Li. Obviamente, fui membro da dinastia Chou. Naquela existência, fiz-me membro ativo da Ordem do Dragão Amarelo. Claro que em tal ordem pude aprender claramente a ciência da meditação. Ainda mantenho na memória aquele maravilhoso instrumento denominado Aya-Atapan, o qual tinha 49 notas. Bem sabemos o que é a sagrada Lei do Eterno Heptaparaparshinok, ou seja, a Lei do Sete. Indubitavelmente, sete são as notas das escalas musicais, e se multiplicarmos sete por sete obteremos 49 notas colocadas em sete oitavas.

Nós, os irmãos, reuníamo-nos na sala da meditação, sentávamos ao estilo oriental com as pernas cruzadas e púnhamos as palmas das mãos de forma que a direita ficava sobre a esquerda. Sentávamos em círculo no centro da sala, fechávamos os olhos e em seguida púnhamos toda a atenção na música que certo irmão brindava ao Cosmo e a nós. Quando o artista fazia vibrar a primeira nota, estava em dó, todos se concentravam.

Quando fazia vibrar a nota seguinte, em ré, a concentração tornava-se mais profunda. Lutávamos com os diversos elementos subjetivos que carregávamos no interior, podíamos recriminá-los e fazê-los ver a necessidade de guardarem silêncio absoluto. Não será demais, queridos irmãos, lembrá-los de que esses elementos indesejáveis constituem o eu, o Ego, o mim mesmo, o si mesmo… são a seu modo entidades diversas personificando erros.

Quando vibrava a nota mi, entrávamos na terceira zona do subconsciente e enfrentávamos toda essa multiplicidade de agregados psíquicos que em desordem fervilham em nosso interior, que impedem a quietude e o silêncio da mente; nós os recriminávamos e tratávamos de compreendê-los.

Quando o conseguíamos, entrávamos ainda mais fundo com a nota fá. É óbvio que novas lutas nos esperavam, pois amordaçar todos esses demônios do desejo não é tão fácil. Obrigá-los a guardar silêncio e quietude não é coisa simples, porém, com paciência o conseguíamos. Assim, prosseguíamos com cada uma das notas da escala musical.

Em uma oitava mais elevada, continuávamos com o mesmo esforço, e assim, pouco a pouco, enfrentando os diversos elementos infra-humanos que carregávamos em nosso interior conseguíamos por fim amordaçá-los todos nos 49 níveis do subconsciente e a mente ficava quieta, no mais profundo silêncio. Esse era o momento em que a Essência, a Alma, aquilo que ternos de mais puro, escapava para experimentar o Real. Assim, entrávamos no Vazio Iluminador.

Assim, o Vazio Iluminador irrompia em nós. Movendo-nos no Vazio Iluminador conseguíamos conhecer as leis da natureza em si mesmas tais quais são e não corno aparentemente são.

Neste tridimensional mundo de Euclides só se conhecem causas e efeitos mecânicos, jamais as leis naturais em si mesmas. Assim, no Vazio Iluminador, elas surgem diante de nós corno realmente são. Nesse estado, podíamos perceber com a Essência, com os sentidos superlativos do Ser, as coisas em si tais quais são. No mundo dos fenômenos físicos, a realidade… só percebemos a aparência das coisas: ângulos, superfícies… nunca um corpo inteiro de forma integral.

O pouco que percebemos é fugaz. Ninguém poderia perceber a quantidade de átomos, por exemplo, que uma mesa ou uma cadeira tem… Porém, no Vazio Iluminador percebemos as coisas em si tais quais são… integralmente!

Enquanto nos achávamos submersos no grande Vazio Iluminador, podíamos escutar a voz do Pai que está em segredo. Fora de dúvida, nos achávamos num estado de arroubo que se podia denominar de Êxtase. A personalidade ficava ali, sentada, em estado passivo, na sala de meditação.

Os centros emocional e motor integravam-se ao centro intelectual, formando um todo único e receptivo. De forma que as ondas de tudo aquilo que vivenciávamos no Vazio Iluminador circulavam pelo Cordão de Prata e eram recebidas pelos três centros: emocional, intelectual e motor.

Quando o Samadhi terminava, voltávamos ao interior do corpo, conservando a lembrança de tudo aquilo que tínhamos visto e ouvido. No entanto, hei de lhes dizer que a primeira coisa que se tem de abandonar para submergir por longo tempo no Vazio Iluminador é o medo.

O eu do temor precisa ser compreendido … Já sabemos que sua desintegração faz-se possível quando se suplica à Divina Mãe Kundalini de forma veemente. Ela eliminará o eu do medo.

Um dia qualquer, não importa qual foi, achando-me no Vazio Iluminador, além da personalidade, do eu e da individualidade, submerso nisso que se poderia chamar “O NÃO”, “AQUILO”, senti que eu era tudo o que foi e será. Experimentei a unidade da vida, livre em seu movimento. Era a flor, o rio que, cristalino, corria no seu leito de pedras, cantando delícias na sua linguagem, a ave que se precipitava nos abismos insondáveis, era o peixe que nadava deliciosamente nas águas, era a Lua, os mundos… era tudo o que é, foi e será.

Houve temor, os sentimentos do mim mesmo, do eu… Senti que me aniquilava, que deixava de existir corno indivíduo, que era tudo menos um indivíduo, que o mim mesmo tendia a morrer para sempre.

Obviamente, enchi-me de indizível terror e voltei à forma física. Outros esforços permitiram-me que o Vazio Iluminador irrompesse novamente e tornei a me sentir confundido com tudo; corno indivíduo, corno pessoa, corno eu, tinha deixado de existir. Esse estado de consciência fazia-se cada vez mais profundo; de tal forma que qualquer possibilidade para existir, para a existência individual, se acabava, tendia a desaparecer definitivamente.

Não pude resistir mais e voltei à forma física. Numa terceira tentativa, tampouco pude resistir e voltei à forma. A partir de então, sei que para alguém experimentar o Vazio Iluminador, para sentir o TAO em si mesmo, terá de eliminar o eu do temor; e isso é indubitável.

Entre os irmãos da Ordem do Dragão Amarelo, o que mais se distinguiu foi meu amigo Chang. Hoje, ele vive num desses “planetas do Cristo”, onde a natureza não é imperecedora e jamais muda. Há duas naturezas: a perecedora, mutável etc., e a imperecível, a que jamais muda, imutável. Nos planetas do Cristo existe a natureza eterna, imperecível e imutável.

Chang vive num desses mundos onde o Cristo resplandece. Libertou-se há várias idades e vive ali naquele longínquo planeta com um grupo de irmãos que como ele também se libertaram.

Então, eu gostaria de lhes ensinar os sete segredos da Ordem do Dragão Amarelo, porém, com grande dor me dou conta que os irmãos de todas as latitudes ainda não estão preparados para poder recebê-los; e isso é lamentável.

Também é certo que hoje não é mais possível se utilizarem os 49 sons do aya-atapan, porque esse instrumento já não existe mais. Muitas involuções desse instrumento ocorreram; já não possuem mais as sete oitavas. Involuções dele são todos os instrumentos de corda: violino, guitarra, o próprio piano etc. No entanto, é possível chegar-se à experiência do Vazio Iluminador com um sistema prático e simples que todos os irmãos podem praticar. Vou ditar a técnica agora mesmo. Prestem atenção:

A Técnica

Sentem-se ao estilo oriental com as pernas cruzadas … Devido a que sois ocidentais, essa posição resultará muito cansativa para vós, então sentai-vos em uma cômoda cadeira ao estilo ocidental. Colocai a palma da mão esquerda aberta e a direita sobre a esquerda. Quero dizer, o dorso da palma da mão direita sobre a palma da mão esquerda. Relaxai o corpo ao máximo possível.

A seguir, inalai profundamente e muito devagar. Ao inalarem, imaginai que a energia criadora sobe pelos canais espermáticos até o cérebro. Exalai curto e rápido. Ao inalar, pronunciai o mantra HAM. Ao exalar, pronunciai o mantra SAH. Indubitavelmente, inala-se pelo nariz e exala-se pela boca. Ao inalar, vocalizai a sílaba sagrada HAM mentalmente, pois estais inalando pelo nariz. Mas, ao exalarem, articulai a sílaba SAH de forma sonora.

O H soa sempre aspirado. Faz-se a inalação lenta e a exalação curta e rápida. Obviamente, a energia criadora flui em todas as pessoas de dentro para fora, isto é, de forma centrífuga. Nós devemos inverter essa ordem com objetivos de superação espiritual. Nossa energia deve fluir de forma centrípeta, de fora para dentro.

Fora de dúvida, se inalamos devagar, lentamente, a energia criadora fluirá de forma centrípeta de fora para dentro. Se exalarmos curto e rápido, essa energia far-se-á cada vez mais centrípeta.

Durante a prática, não se deve pensar absolutamente em nada. Os olhos ficam firmemente fechados e em nossa mente só vibrará o HAM SAH e nada mais. À medida que se pratique, a inalação vai se tornando mais funda e a exalação muito curta e rápida.

Os grandes mestres da meditação chegam a tornar a respiração pura inalação… a respiração fica suspensa. Isto é impossível para os cientistas, porém, real para os místicos. Em tal estado, o mestre participa do Nirvikalpa Samadhi ou Maha Samadhi e vem a irrupção do vazio Iluminador.

Ele precipita-se nesse grande vazio onde ninguém vive e onde somente se ouve a palavra do Pai que está em segredo. Com esta prática, consegue-se  a irrupção do vazio iluminador sob a condição de não se pensar absolutamente em nada. Não se admitirá na mente pensamento algum, nenhum desejo, nenhuma lembrança …

A mente tem de ficar completamente quieta por dentro, por fora e no centro. Aqui, o pensamento, por insignificante que seja, é obstáculo para o Samadhi, para o êxtase. Esta ciência da meditação combinada com a respiração produz efeitos extraordinários.

Normalmente, as pessoas padecem disso que se chama poluções noturnas. Homens e mulheres sofrem tal situação. Têm sonhos eróticos, os eus copulam uns com os outros, a vibração passa pelo cordão de prata até o físico e sobrevém o orgasmo com a perda da energia criadora. Isso acontece quando a energia sexual flui de dentro para fora de forma centrífuga. Quando a energia sexual flui de fora para dentro de forma centrípeta, as poluções noturnas terminam, o que vem em benefício da saúde.

Bem, propicia-se o Samadhi durante a prática de meditação graças a que as energias criadoras, fluindo de fora para dentro, impregnam a consciência e terminam por possibilitar seu abandono do Ego e do corpo. A consciência desengarrafada do Ego, na ausência do Ego, fora do corpo físico, entra no Vazio Iluminador e recebe o TAO. Aquele que eliminou o eu do medo, do temor, poderá permanecer no Vazio Iluminador sem preocupação alguma.

Sentirá que seu aspecto individual vai se dissolvendo, sentirá a si mesmo vivendo na pedra, na rocha, na longínqua estrela ou na ave canora de qualquer mundo planetário; não terá medo. Se não tiver medo, por fim gravitará até sua origem, convertendo-se a consciência, a Essência, em uma criatura terrivelmente divina para além do bem e do mal. Poderá pousar no Sagrado Sol Absoluto e ali, nesse Sol, como estrela microcósmica, conhecerá todos os mistérios do universo.

É bom saber que o universo em si mesmo, todo o nosso sistema solar, existe na Inteligência do Sagrado Sol Absoluto como um instante eterno. Todos os fenômenos da natureza processam-se dentro de um instante eterno na Inteligência do Sagrado Sol Absoluto. Se tiver medo, perder-se-á o êxtase e haverá o retorno à forma densa.

Queridos irmãos que me escutam, precisam abandonar o temor. Não basta dizer: deixarei de temer. Há necessidade de se eliminar o eu do temor, sim … e ele é dissolvido estritamente pelo poder da Divina Mãe Kundalini Shakti. Primeiro temos de analisá-lo, compreendê-lo e depois invocar Devi Kundalini, nossa Divina Mãe Cósmica particular, pedindo para que Ela desintegre o eu do temor.

Somente assim alguém consegue submergir no Vazio Iluminador de forma absoluta. Quem o conseguir gravitará para o Sagrado Sol Absoluto e conhecerá as maravilhas do universo.

Nossos irmãos precisam, pois, praticar essa técnica de meditação tal como a demos. Não se esquecer de que o corpo precisa ficar bem relaxado, e isso é indispensável. HAM SAH é o grande alento, HAM SAH é a nossa alma, HAM SAH é também um mantra que transmuta as energias criadoras. A meditação combinada com o tantrismo é formidável. HAM SAH é a chave.

Bem sabemos que a energia criadora serve para o despertar da consciência. Combinada com a meditação, tira inquestionavelmente a consciência de dentro do elemento egoico e a submerge no vazio iluminador. É óbvio que o vazio iluminador está além do corpo, dos afetos e da mente.

Em uma sala de meditação oriental, um monge perguntou ao Mestre: que é o vazio iluminador? Dizem os textos que o Mestre deu-lhe um pontapé no estômago e o discípulo caiu desmaiado. Depois, o discípulo levantou-se e abraçou o Mestre: obrigado, Mestre, experimentei o Vazio Iluminador. Absurdo, declararão muitos, porém não é bem assim. O que acontece é que fenômenos muito especiais se apresentam para o Vazio Iluminador.

Um pintinho está pronto para sair do ovo. Sua mãe o ajuda ou o auxilia picando também ela a casca. O pintinho segue picando e com sua ajuda sai do ovo. Assim, quando alguém amadureceu, recebe ajuda de sua Divina Mãe Kundalini. Fura o cascão do Ego e da personalidade e sai para experimentar o Vazio Iluminador.

O Supremo Segredo: Meditação Combinada com o Sono

No entanto, há de se perseverar na meditação, há de se saber combinar inteligentemente a concentração com o sono; sono e concentração misturados produzem iluminação.

Muitos esoteristas pensam que a meditação não deve de modo algum ser combinada com o sono do corpo. Aqueles que pensam assim estão equivocados, porque a meditação sem sono arruína o cérebro. Deve-se sempre utilizar o sono em combinação com a técnica da meditação, porém, um sono controlado, um sono voluntário, não um sono sem controle, um sono absurdo… sono e meditação combinados inteligentemente.

Devemos montar no sono e não deixar que o sono monte em nós. Se aprendermos a montar no sono, teremos triunfado. Se o sono monta em nós, fracassamos. Portanto, usar o sono; meditação combinada com o sono… Essa técnica leva os praticantes ao Samadhi, à experiência do Vazio Iluminador.

Há de se praticar diariamente. A que hora? No momento em que nos sintamos com ânimo para executá-Ia e especialmente quando estivermos com sono. Se seguirem essas indicações, um dia poderão receber o TAO, poderão experimentar a verdade.

Obviamente, há dois tipos de dialética: a dialética racional do intelecto e a dialética da consciência. Durante o Satori, trabalha a dialética da consciência, e tudo entendemos por intuição, através de palavras ou figuras simbólicas, na linguagem das parábolas do evangelho cristão, na linguagem viva da consciência superlativa do Ser. No Ser, a dialética da consciência se adianta sempre à dialética do raciocínio.

A um monge zen foi perguntado: por que o bodhidarma veio do oeste? Resposta: quem está no jardim é o cipreste. Qualquer um diria que isso não tem concordância alguma. No entanto, tem sim. É uma resposta que se adianta à dialética do raciocínio; sai da essência.

O cipreste, a árvore da vida, está em todas as partes, não interessa oriente ou ocidente. Este é o sentido da resposta. No vazio iluminador se sabe tudo por experiência direta da verdade.

O estudante terá de se familiarizar com a dialética da consciência. Infelizmente, o poder formulativo de conceitos lógicos, por mais brilhante que seja, por mais útil que seja nos aspectos da vida prática, resulta em obstáculo para a dialética da consciência. Não quero com isso descartar o poder formulativo dos conceitos lógicos, pois todos precisam dele no terreno dos fatos práticos da existência.

Porém, cada faculdade tem inquestionavelmente a sua órbita particular em que é útil, fora dela resulta sem utilidade e prejudicial. Deixemos o poder formulativo de conceitos dentro de sua órbita. No Samadhi ou no Pansamadhi da meditação devemos sempre vivenciar, captar, a dialética da consciência. Isso é questão de experiência que o discípulo irá adquirindo à medida que pratica a técnica da meditação.

A Impaciência

O caminho da meditação profunda implica muita paciência. Os impacientes jamais conseguirão triunfar. Impossível vivenciar a experiência do vazio iluminador enquanto exista a impaciência em nós. O eu da impaciência tem de ser e eliminado , depois de ter sido compreendido. Que se entenda isto com clareza! Se assim se age, se recebe o TAO; isso é óbvio. A experiência do real jamais poderia chegar a nós enquanto a consciência continuasse embutida no Ego. O Ego em si mesmo é tempo.

Toda essa multiplicidade de elementos fantasmagóricos que constituem o mim mesmo são um compêndio de tempo. A experiência do vazio iluminador é sua antítese; ele é atemporal, ele está além do tempo e da mente. O tempo é toda essa multiplicidade de eus; o eu é o tempo. Assim, pois, o tempo é subjetivo, incoerente, torpe, pesado e não tem realidade objetiva.

Quando alguém senta em uma sala de meditação ou simples ente em sua casa a fim de meditar, se quiser praticar essa técnica deverá esquecer o conceito de tempo e viver dentro de um instante eterno. Aqueles que se dedicam à meditação dependentes do relógio, obviamente não conseguem a experiência do Vazio Iluminador. Se me perguntassem quantos minutos diários devem ser utilizados na meditação, se meia hora, uma ou duas horas, não haveria resposta.

Se alguém entra em meditação e está dependente do tempo não pode experimentar o Vazio Iluminador porque este não é do tempo. Seria algo similar a uma ave que tentasse voar e que estivesse amarrada por uma pata a um pau; não poderia voar … haveria uma trava. Para experimentar o vazio iluminador, temos de nos livrar de qualquer trava.

O importante é certamente experimentar a verdade e a verdade está no Vazio Iluminador. Quando a Jesus, o grande Cabir, perguntaram o que é a verdade, o Mestre guardou profundo silêncio. Quando a Gautama Sakiamuni fizeram a mesma pergunta, ele deu as costas e retirou-se. A verdade não pode ser descrita, não pode ser explicada, cada um tem de experimentá-la por si próprio através da técnica da meditação.

No vazio iluminador, experimentamos a verdade. Esse é um elemento que nos transforma radicalmente. Há que se perseverar, há que se ser tenaz … Pode acontecer que no princípio não se consiga nada, porém à medida que o tempo for passando iremos sentindo que nos vamos fazendo cada vez mais profundos. Um dia qualquer irromperá em nossa mente a experiência do vazio iluminador.

Inquestionavelmente, o vazio iluminador em si mesmo é o santo Okidanok, o Ativo Okidanok, onipresente, onipenetrante, onisciente, que emana de si mesmo, o Sagrado Sol Absoluto. Feliz de quem consiga precipitar-se no vazio Iluminador , onde não vive criatura alguma, porque será precisamente ali onde experimentará o real, a verdade.

Perseverança faz-se indispensável… Há que se trabalhar afundo diariamente até se conseguir o triunfo total. A experiência da verdade através da meditação resulta prodigiosa. Ao se experimentar a verdade, a gente sente-se com força para perseverar no trabalho sobre si mesmo.

Brilhantes autores falaram sobre o trabalho em si mesmo, sobre o eu, sobre o mim mesmo. Fizeram muito bem ao falarem assim, mas esqueceram-se de uma coisa: a experiência da verdade. Enquanto alguém não tenha experimentado o real, não se sente reconfortado e não se sente com força suficiente para trabalhar sobre si mesmo, sobre o próprio eu.

Quando alguém de verdade passou por tal experiência mística, é diferente, nada poderá o deter em sua aspiração de libertação. Trabalhará incansavelmente sobre si mesmo para conseguir de verdade uma mudança radical, total e definitiva.

Agora, meus queridos amigos, vocês compreenderão por que as salas de meditação são indispensáveis. Francamente, sinto tristeza ao ver que, apesar de tanto haver escrito sobre a meditação em diferentes Mensagens de Natal em anos anteriores, ainda não haja salas de meditação nos países centro e sul-americanos, quando já deveriam existir.

O que se passou? Existe indolência. Por quê? Por falta de compreensão! Faz-se necessário entender! O pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem precisa de alento, precisa de algo que o anime na luta, estímulo para o trabalho sobre si mesmo… Sei que o pobre animal intelectual é débil por natureza e encontra-se numa situação completamente desvantajosa.

O Ego é demasiadamente forte e a personalidade terrivelmente débil. Como deixá-lo se assim apenas consegue caminhar? Ele precisa de algo que o anime no trabalho, precisa de um apoio íntimo. Isso só se torna possível através da meditação.

Não quero dizer que todos de uma só ceifada irão experimentar o Vazio Iluminador. Obviamente, se chegará a essa experiência através de diferentes graus. O devoto entenderá cada vez mais o impulso íntimo do Ser e terá diversas vivências mais ou menos lúcidas. Dia chegará em que terá a melhor das vivências: a experiência direta da grande realidade; então receberá o TAO.

Todos aqueles que me escutam devem pesar bem minhas palavras. Reflitam, não basta simplesmente ouvir. Há que se saber escutar, o que é diferente. Porém, o que escuta a palavra e não a faz – diz o apóstolo Santiago na Epístola Universal – se parece com o homem que se olha no espelho e depois dá as costas e se vai.

Há que se viver a palavra dentro de si próprio. Não basta que me escutem. É necessário que se converta esse ensinamento em carne, sangue e vida, se é que se pretende a transformação radical. Há de se perseverar! Até aqui, minhas palavras.

Paz Inverencial

Samael Aun Weor

29 COMENTÁRIOS

  1. Nossa muito obrigado mesmo , so a frase do pintinho (essencia) furando a casca (ego) e a galinha(Mãe kundaline) ajudando o pintinho(essencia) a fura a casca(ego) me ajudou muito valeu … vamo la galera perseverar e deixar de sermos tontos , e buscar o Ham Sah , que e a chave pra porta , pra acha nossa mamis . :F

  2. Prezados Estudantes Gnósticos,

    Por gentileza, se pudessem me informar alguma referência bibliográfica do V.M Samael na qual o Avatar explica o significado da expressão “Paz Inverencial”… Necessito as próprias palavras e/ou explicações do Mestre, por favor.

    Obrigado de antemão.

    Cordialmente,

    Jacques L da Rosa

    • Jacques, não há livro, que saibamos, onde o Mestre Samael explica o significado de Inverencial.
      No entanto, seu secretário particular e genro, Tony Maldonado, perguntou isso ao Mestre e Ele explicou que significa nada mais nada menos do que PAZ INTERIOR.

  3. Não tem muito a ver com o mantra em questão mas, a segunda parte, “Meditação Combinada com o Sono” me deixou com uma certa dúvida e gostaria que alguém me explanaçe…

    Já vi vários casos em reportagens, de monges e yoguis que entravam em meditação profunda a noite, ao invés de dormir, e no outro dia acordavam normalmente, indo praticar suas atividades diárias.

    No inicio os neófilos que moram nos Ashram’s e mosteiros gastam de três a quatro horas por dia
    fazendo sua Sadhana (treinamento espiritual) e são encorajados a, com o tempo,
    aumentar esse tempo a 8 a 10 horas por dia uma vez que eles aprendam a
    substituir muito de seu sono com meditação profunda.

    Me interessei muito por isso pois ultimamente tenho sentido grande necessidade de praticar mais intensamente (sou praticante de raja yoga, hatha yoga e kundalini yoga), mas devido as inúmeras obrigações do dia a dia, isso não se torna possível.

    Conseguir substituir o meu sono com meditação profunda (e consequentemente diminuir as horas de sono) seria uma grande vantagem nessa sociedade de hoje cada vez mais exigente, visto que se tornar um yogue é praticamente impossível no mundo ocidental devido a falta de tempo.

    Em fim…

    Gostaria que alguém que soubesse mais a respeito disso, me tirasse algumas dúvidas.

    Quantas horas de meditação profunda são necessárias para “recarregar as baterias” e substituir o sono?

    Quanto tempo de treinamento é necessário para conseguir entrar nesse estado ?

    Grande abrasso a todos os yogis e gnósticos,
    paz profunda !

    • Solaris, o ensinamento é simples, singelo e claro: A MELHOR PRÁTICA DE MEDITAÇÃO QUE PODEMOS CRIAR É QUANDO O CORPO ESTÁ LEVEMENTE CANSADO…
      Quando você conseguir “dormir de forma controlada”, ou seja, deixar o corpo dormir e ter um certo controle sobre esse dormir…
      Quando você relaxar absolutamente o corpo e a mente justo no momento em que o corpo “pedir para dormir”…
      Quando você estiver no estado popularmente chamado SONECA (o SIESTA) CONTROLADA…
      Então aí sim você praticará a verdadeira MEDITAÇÃO PROFUNDA… E com essa meditação profunda, sua Essência/Consciência, obterá a verdadeira “Iluminação”…

    • Não se deve chegar a extremos. Quando se atingir o estado de adormecer fisicamente, deve-se abandonar a mantralização e passar para o segundo nível, que é a meditação e seus estados cada vez mais profundos…
      Segundo o VM Samael, a meditação pode se tornar perfeita quando o corpo adormece e a consciência consegue até mesmo sair não só do corpo físico, mas de todos os corpos internos inferiores (físico, etérico, astral e mental), para visitar mundos superiores, e ali aprender com a própria Essência.
      Essa é a meta da verdadeira meditação… Mas para isso se requer prática diária, ininterrupta e para a vida toda…

  4. Não entendi esta parte:

    “Lutávamos com os diversos elementos subjetivos que carregávamos no interior, podíamos recriminá-los e fazê-los ver a necessidade de guardarem silêncio absoluto.”

    Como é que se faz isso?

    • O Ego torna a “teoria” das múltiplas personalidades uma terrível realidade.]
      Durante a meditação a consciência pode conversar com os diversos eus que temos, como se fossem pessoas diferentes de nós, com inteligência, linguagem e vontade próprias.
      É incrível, mas uma triste realidade.
      Por isso a gnose ensina, de forma incisiva e constante, a necessidade da morte do Ego…

  5. Olá! Muito obrigada pelo texto! Eu estava precisando de algo assim… Pois toda vez que tentava meditar, inúmeros “eus” começavam a tagarelar sem parar, e quanto mais eu buscava esvaziar a mente, mais eles puxavam uma sucessão de pensamentos e imagens mentais diversas, como se quisessem me provocar ou atrapalhar… Silenciava-os brevemente, e logo me flagrava viajando em pensamentos de novo… Ou, então, dormia, perdendo totalmente a consciência… Agora vou tentar o mantra, e também uma maior determinação em repreender essa legião desordenada… Sinto que nosso tempo está se esgotando, e inquieto-me toda vez que fracasso ou adio minhas tarefas…

  6. Parabéns pela divulgação. Se nos atermos mais a ouvir e praticar o que disse Mestre Samael ao invés de questionar coisas que ele já explicou….ele deixou muitas obras com todo conhecimento esmiuçado. Quando praticamos suas palavras as dúvidas vão diminuindo…paz inverencial………..

  7. A meditação tem vários estágios e níveis.

    Existe o estagio inicial quando estamos começando a pratica, existe o estagio intermediário quando já dominamos a técnica, e existe o estagio avançado, quando já somos atleta da meditação,quando ela se torna natural.

    Devemos entender que o propósito da meditação
    e trabalhar com as faculdades da consciência e a consciência alcançam infinitos níveis de realidade.

    Existe um estado meditativo que e constante neste estágio já estamos meditando mesmo sem estar praticando a técnica “que e sentir um estado de leveza e muita paz vinte quatro horas por dia”.

    Este estagio parece muito com a pratica de estar em alerta percepção,ou auto observação,só que mil vez mais intenso.

    Para os iniciante eu diria que primeiro tem que se tornar um perito na técnica, que consistem e pratica constante nada mais, e isto leva anos dedicação e muita disciplina.

    Paz.

  8. Olá amigos,

    Isto de combinar a meditação com o sono, entendo que é a CHAVE para muitas praticas (VA,JINAS,MEDIÇÃO).
    Todavia não encontrei um técnica que possa nos ajudar a chegar a esta transição ACORDADO-SONO.
    Sabemos a importância das praticas para que possamos tirar nossas conclusões.
    Gostaria de saber se os amigos do site poderiam dar um dica a esse respeito.

    Grato

    • Olá amigos,

      Peço que retirem a pergunta dos comentários, pois já li este post algumas vezes entretanto não dei atenção as perguntas dos amigos.

      Acredito ter tido uma boa resposta da pergunta acima nas perguntas e respostas do CLEBER e SOLARIS abaixo.

      Grato

      • 3 ESTAGIOS:

        Concentração: Concentramos em algo (Mantras ou no Corpo etc), até conseguirmos esta sonolência do CORPO.

        Meditação: Conservar este estado em intima recordação de si mesmo (CHAVE SOL)…

        Poderiam acrescentar mais alguma coisa…

        Grato

  9. queridos amigos boa tarde,eu ja pratico meditaçao ha um certo tempo e de um ano pra ca tenho sentido depois de 40 min de pratica meditativa, um sensaçao de torpor forte depois da uma incrivel leveza e sinto me solto do corpo e que poderia advinhar ate o futuro, pq tenho uma pequena conexão com o todo as vezes me sinto um ocm o pai, mas ao mesmo tempo nao sai do meu quarto, nao me sinto em plano nenhum , nem superior nem inferior….dai me pergunto sera que cheguei no samadhi ou sera minha imaginação ou, qque grau cheguei de concentração sao algumas de minhas duvidas…obrigado a gnossis on line pelo lindo e organizado site…

    • Fábio, em todos esses estados internos há níveis e níveis, como no caso da meditação e so shamadhi (ou Êxtase místico).
      Quanto mais praticar, e quanto mais se libertar do Ego, mais profundas serão tuas experiências.
      É importante lembrar que, didaticamente falando, há 3 graus de Êxtase:
      – Shamadhi
      – Nirvikalpa Shamadhi e
      – Maha Shamadhi
      Nós, iniciantes, podemos atingir, momentaneamente, o primeiro nível, e se perseverarmos, atingir chispas do segundo, já a vivencia do terceiro é só para quem se libertou do Ego e atingiu altos níveis iniciáticos.
      Portanto, boas práticas, com muita perseverança e devoção ao Ser Divino!!!

  10. Eu tenho duas duvidas bem simples.
    Pode fazer a meditação deitado ou isso prejudica em relação à controlar o sono?
    E quanto a roupas, pode meditar com oque achar confortavel ou meditar nú acrescenta alguma minima vantagem?

    • A meditação tem de ser aperfeiçoada gradativamente, sem pressa e sem estresse de espécie alguma.
      Com o tempo, experimente as diversas opções que você citou: medite deitado, depois sentado confortavelmente, use músicas diversas, use as roupas que achar as mais confortáveis (tipo de tecido, cor, arejamento etc.).
      E chegará o dia em que tudo isso será um instrumento perfeito para você chegar à meta da meditação, que é a Iluminação Interior…

  11. “Paz Sagrada Para Todos”
    Sinceramente, adorei imenso ter lido e sabido sobre este magnífico e sagrado trecho de V.M. Samael…
    Mas antes, gostava saber quem deve usufruir desta maravilhosa Prática Meditativa, um estudante avançado ou até mesmo um estudante iniciante…???

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