Malkuth é o corpo físico, o mundo físico. É muito importante lembrar-nos que o corpo vital não é mais do que a seção superior do corpo físico. Aqueles que não aceitam este conceito pensam que o físico é um corpo a parte e que o vital é outro muito distinto e assim traçam uma ordem um pouco errônea.
Malkuth é o Reino e o seu regente é CHANGAM, o Gênio da Terra.
Todo planeta dá sete Raças; a Terra, o planeta no qual vivemos, já deu cinco, faltam duas. Após as sete Raças, o nosso planeta Terra, transformado devido a grandes cataclismos, converter-se-á através de milhões de anos numa nova Lua. Toda a vida que involui e evolui neste planeta Terra proveio da Lua. Quando a Grande Vida abandonou a Lua, esta converteu-se num deserto.
Na Lua existiram sete grandes Raças. A Alma Lunar, a vida lunar, está agora num processo de involução e de evolução no nosso atual planeta Terra. É deste modo como os mundos se reencarnam.
Os Deuses da Natureza têm trabalhado muitíssimo para criar seres autoconscientes. Os Deuses têm feito difíceis experiências no laboratório da Natureza. Dos tubos de ensaio deste grande laboratório saíram diversas formas de animais; algumas com o propósito de elaborar material para a criação do homem, outras como resíduos de seres semi-humanos e outros como verdadeiros fracassos humanos.

Realmente, todas as espécies viventes, com exceção de algumas poucas, são resíduos viventes do Reino Humano. Todos os animais deste Reino de Malkuth caracterizam algum aspecto do homem. Todos os animais são verdadeiras caricaturas do ser humano. Contudo, é bom saber que a luta dos deuses para criar o homem ainda não terminou. Todavia o ser humano, ou chamado homem, tem ainda muito que descartar, senão ver-se-á metido nos jardins zoológicos do futuro.
Devemos saber que o Real é o SER, o Íntimo, o Espírito. Mas há em nós também um Fator discordante e este é o Eu, o Ego, o Mim Próprio. É interessante compreender que o Eu é pluralizado. O Eu está constituído por muitos eus que entre si lutam, cada um deles pela supremacia e pelo controle da personalidade humana.
Esses Eus são três, são sete e são Legião. Os três básicos são: o demônio do Desejo, o demônio da Mente e o demônio da Má Vontade. Os sete são os sete pecados capitais (Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça e Gula). A Legião está constituída por todos esses milhares de pecados secundários.
Os três, os sete e a Legião são pequenos eus elementares-animalescos criados pela mente. Estes elementares-animalescos são os inimigos que vivem dentro da nossa própria casa. Esses elementares- animalescos vivem dentro do Reino da nossa Alma; nutrem-se com as substâncias inferiores dos nossos baixos fundos animais.
O que é mais grave, é que tais elementares-animalescos roubaram parte da nossa Consciência . Isto é demonstrado pelas seguintes afirmações: eu tenho ira, eu cobiço, eu desejo, eu sinto inveja etc.
O SER Verdadeiro é o Espírito e este todavia não entrou no homem porque o Eu invade o Reino da Alma. Na verdade nem a Alma, nem o Espírito estão encarnados no homem. O homem, o chamado Homem é todavia uma possibilidade.
O Homem verdadeiro está ainda em processo de criação. Muitos exemplares das atuais Raças humanas estarão nos jardins zoológicos do futuro. Muito do que temos de animal dentro de nós deve ser descartado a fim de alcançar propriamente o estado humano.

Quando acabamos com todos os nossos pecados, o Eu dissolve-se. Quando o Eu se dissolve, encarnam-se no homem a Alma e o Espírito, então somos realmente Homens no sentido mais completo da palavra.
Quando a morte chega, o único que continua é o Eu, a legião do eu. O Ego, o Eu, retorna para satisfazer desejos. A morte é o regresso à concepção. Esta é a roda do Arcano 10.
O Homem Verdadeiro, aquele que têm encarnadas a sua Alma e o seu Espírito, depois da morte, no seu corpo astral vive completamente desperto, desfruta nos mundos internos da Consciência e da Percepção Objetiva.
O fantasma daqueles que todavia não dissolveram o Eu, nem encarnaram a sua Alma e seu Espírito, vive nos mundos internos com a Consciência adormecida; tem uma Consciência e uma percepção unicamente subjetivas.
O mundo físico é o vale das amarguras, o Reino de Malkuth, o Reino do Samsara. A Roda do Samsara gira incessantemente e o Ego vai e vem; desencarna e retorna, sempre sofrendo, sempre a procurar sem encontrar.
O Arcano 10 da Roda da Retribuição é terrível e todas as gentes são escravas desta roda fatal dos séculos. Quem quiser libertar-se da roda fatal do Samsara tem de dissolver o Eu e encarnar a sua Alma.
Esse trabalho é dificílimo e são muito poucos aqueles que o conseguem.
Realmente, o Reino de Malkuth é um filtro terrível. O resíduo desse filtro é o ser humano comum e corrente e este é tragado pelo Abismo.
O ouro, o seleto, o homem verdadeiro, o Anjo é a concepção, e a luta é verdadeiramente espantosa.
A Natureza é implacável e o nascimento de um Anjo-Homem custa milhares, ou, diríamos melhor, milhões de vitimas.
Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.
Cristo disse: “De mil que me procuram, um me encontra; de mil que me encontram, um me segue, e de mil que me seguem, um é meu”.
Krishna disse: “Entre milhares de homens, talvez um se esforce para alcançar a perfeição e entre milhares que se esforcem, talvez um me conheça realmente”.
Essa é a tragédia do Arcano 10 da Cabala. Os símbolos do Sefirote Malkuth são: os dois altares, a cruz de hastes iguais, o círculo mágico e o triângulo da arte mágica. Malkuth relaciona-se com os pés e o ânus.
Samael Aun Weor – Tarô e Cabala
