O elemental do peiote

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Uma Experiência de Carlos Castañeda

Ao pé de um dos rochedos, vi um homem sentado no chão, o rosto virado quase de perfil. Aproximei-me dele até estar a uns três metros de distância; ele virou a cabeça e olhou para mim.

Parei… seus olhos eram a água que eu acabava de ver! Tinham o mesmo volume enorme, o brilho de ouro e negro.

A cabeça dele era pontuda como um morango; sua pele era verde, cheia de muitas verrugas. A não ser a forma pontuda, a cabeça dele era exatamente igual à superfície da planta de peiote.

Fiquei defronte dele, olhando; não conseguia afastar os olhos dele. Senti que ele estava propositadamente empurrando meu peito com o peso de seus olhos.

Eu estava sufocando. Perdi o equilíbrio e caí no chão. Desviou o olhar. Ouvi que falava comigo. A princípio, a voz dele era como o farfalhar de uma brisa suave. Depois a ouvi como uma música suave – uma melodia de vozes – e ‘sabia’ que estava dizendo: ‘O que quer?’

Ajoelhei-me diante dele e falei sobre a minha vida e depois chorei. Tornou a olhar para mim. Senti que seus olhos me puxavam e pensei que aquele momento seria o momento da minha morte.

Fez-me sinal para me aproximar. Vacilei por um momento antes de me adiantar um passo. Quando me aproximei, desviou os olhos de mim e mostrou-me as costas da mão.

A melodia dizia: ‘Olhe!’ Havia um furo redondo no meio da mão dele. ‘Olhe’, tornou a dizer a melodia. Olhei através do buraco e vi minha própria imagem…

Mescalito voltou novamente seus olhos para mim. Estavam tão perto de mim que eu os ‘ouvi’ ribombar baixinho com aquele ruído especial que eu já ouvira tantas vezes naquela noite.

Foram-se aquietando aos poucos, até se tornarem como uma lagoa tranquila, arrepiada por brilhos dourados e negros.

Desviou o olhar de novo e saltou como um grilo por uns 50 metros. Pulou várias vezes e depois desapareceu.

Samael Fala do Peiote

“O peiote é muito diferente. Ele coopera, sim, com a meditação, não cria hábito de nenhuma espécie. É muito exigente: Deve-se ter Castidade; de modo algum o peiote ajudaria, por exemplo, aos luxuriosos. Ele tem suas regras. O Mestre Huiracotcha fala do peiote. Conta como o Mestre Rasmussen, dentro do Templo de Chapultepeque, o utilizou para provocar um desdobramento…

É a única planta recomendável, porém isso é para homens castos, e na condição de não se abusar dele. Um estudante que quis usá-lo uma terceira vez, depois de haver recebido várias instruções, foi chamado à ordem pelos Senhores do Carma, foi-lhe proibido continuar com ele, digamos, de abusar dele, para ser mais claro.

Assim, pois, o peiote é útil, porém, deve-se saber usá-lo, não abusar dele jamais. Já em relação às demais drogas, não direi nada…”

6 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom o texto, eu já tinha lido em algum livro do Mestre Samael que agora eu não lembro exatamente qual livro falando sobre o peiote. Como também estudo Xamanismo algumas plantas de poder sempre tiveram conectadas a tradição Xamanica, mas também conheço o lado profundamente criterioso da Gnose. O que gostaria de saber é se o estudante da Gnose pode comer/tomar peiote e praticar normalmente os mantras para desdobramento que a Gnose ensina, ou tem que ser alguma prática especifica já que se ingeriu o peiote, outros mantras, outros tipos de meditação ?
    Enfim, muito obrigado desde já.
    Parabéns!

    • Um discípulo direto do VM Samael ouviu da própria boca do Mestre que o ideal é praticarmos os mantras para desdobramento astral intensamente durante 7 ou 8 anos diretos… E caso não consigamos nada, pode-se usar o peiote ou o Ayahuasca para se “desbloquear” psiquicamente (por um certo tempo é claro)…

    • Veridiana, segundo a Elementoterapia, ou a Ciência Gnóstica dos Elementais, essas plantas que você citou (boldo e pimentas) são do RAIO DO FOGO. Portanto, seus elementais são salamandras, que podem ser usadas para cura e proteção…

  2. O que eu muito vejo são pessoas que não querem trabalhar internamente para desenvolver-se e procuram junto a estas plantas uma alternativa para pular a luta contra a preguiça espiritual. Eu mesmo tenho uma curiosidade em relação a estas plantas no entanto tenho muitas experiencias espirituais fruto de trabalho com os fatores de revolução da consciência e não me prenderia a nenhuma dessas plantas e caso haja a necessidade de algum dia começar o trabalho com alguma planta de poder deixei a Minha Mãe Divina me guiar.

    • Robson, não se pode ser fanático nesta vida interior. Você precisa entender que o sábio poderá usar as plantas de poder para seu benefício e dos demais, sempre de acordo com sua Consciência.
      Experimentar o peiote ou o daime, tomando-os como se toma um café da tarde, de forma meramente lúdica, não é o recomendável.
      Se o estudante usar o látego da Vontade ao usar tais plantas de poder, poderá sim ter belíssimas experiências ligadas ao AUTOCONHECIMENTO…

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