Hermes Trismegisto

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“O homem nada sabe, mas é chamado a tudo Conhecer.” (Hermes)

Hermes Trismegisto foi um misterioso mestre que viveu no Egito uns 2,5 mil anos antes de Cristo. Seu impressionante legado intelectual (centenas de obras sobre teologia e cosmogonia, engenharia e arquitetura sagrada, medicina e filosofia, psicologia e magia, entre outras) perdeu-se ao longo dos séculos, sobrando somente alguns textos, entre os quais a famosa Tábua Esmeraldina e o Corpus Hermeticum, bases da alquimia árabe e europeia medievais.

Hermes é considerado o pai da Alquimia e seu nome do latim, sendo seus outros nomes: Toth em grego e Tehuti ou Dyehuty em egípcio. Os gregos o chamavam de Trismegisto, significando que esse mestre dominava os três graus do Conhecimento: os níveis do Aprendiz, do Companheiro e do Mestre dentro da simbologia maçônica; e as três Montanhas – Iniciação, da Ressurreição e Ascensão – entre os gnósticos. Já os romanos o chamavam de Mercurius ter Maximus.

Hermes Trismegisto é mencionado primordialmente na literatura ocultista como o maior de todos os sábios egípcios, o grande criador da Alquimia, além de desenvolver um profundo sistema de crenças metafísicas que hoje é conhecido como Hermética.

Para alguns pensadores medievais, Hermes Trismegisto foi um profeta pagão que anunciou o advento do cristianismo. E segundo o Islã, esse mestre era o próprio profeta Ídris (ou Enoch), mencionado diversas vezes no Alcorão e que viu Deus face a face graças à sua santidade.

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Esse mestre, segundo Clemente de Alexandria, escreveu 42 livros sobre a simbologia e os fundamentos alquímicos, os quais os grandes alquimistas medievais árabes e, posteriormente, europeus, estudaram e estabeleceram uma didática característica.

O Que Ensina Samael Sobre Hermes

O VM Samael Aun Weor ensina que Hermes Trismegisto é um grande mestre da Fraternidade Branca e que pertence ao Raio de Mercúrio. Sua importância para a evolução da humanidade é muito mais profunda do que se pode imaginar.

Esse poderoso mestre, Hermes, trabalha incansavelmente em prol da humanidade enferma e oficia, não só em seu templo particular, mas especialmente no sagrado Templo de Álden, que é um hospital cósmico situado no mundo astral.

Vejamos o que Samael nos ensina a mais sobre o grande mestre Hermes Trismegisto:

Hermes, o Mestre que veio de Mercúrio

Creio que vocês já ouviram falar de Hermes Trismegisto, o Deus Íbis de Toth, adorado pelos egípcios.

A propósito, lembro-me agora que no Egito há um baixo-relevo, no qual aparece o deus Íbis de Toth com o membro viril em estado de ereção, e ao pé uma inscrição que diz: “Doador da Razão”. Não lhes parece raro que se relacione Hermes com a razão e com o membro viril? O símbolo fala claro, meus amigos.

O Átomo Mestre da Mente reside no sistema seminal do homem, e quem deu esse Átomo ao homem foi Hermes Trismegisto, o Mensageiro do Deus Mercúrio.

Esse Átomo é que dá ao homem toda a Sabedoria da Natureza e que o instrui na sabedoria oculta, quando o homem, no ato de praticar Magia Sexual com sua esposa-sacerdotisa, o faz subir à cabeça.

Quem é o Deus Mercúrio

O Deus Mercúrio é um Homem Perfeito, sua presença é realmente sublime. Ele se parece com um ancião venerável de longa barba, rosto rosado e cor de fogo. Tem sua morada em um templo-coração do planeta Mercúrio e leva sempre por cetro o Tridente da Mente, que é o mesmo que os brâmanes da Índia usam. O Tridente simboliza o tríplice jogo de força dos Átomos Transformativos da mente.

O Deus Mercúrio é um Anjo Estelar, e o astro Mercúrio é seu próprio corpo físico. Foi Ele quem enviou Hermes à Terra.

Poder-se-ia obter ajuda invocando o Deus Mercúrio? Os Deuses sempre estão dispostos a ajudar o homem, quando o que se pede é justo.

Para se ter uma mente poderosa e firme

Peça “A Mãe do Peixe” ao Deus Mercúrio. Concentre-se no Deus Mercúrio com todo seu coração e com toda sua alma, em oração profunda durante uma hora, rogando que lhe entregue essa Substância Mental para que dê firmeza à sua mente.

Tenha segurança de que se o Mestre considerar justa a sua petição concorrerá ao seu chamado e colocará dentro do seu corpo mental uma bola branca formada da Substância-Raiz do corpo mental que reside na Mente Ígnea do Íntimo.

Essa Substância Monádica dar-lhe-á uma firmeza mental jamais pressentida por você. Entretanto, se sua petição não for justa, de nada servirão 1 milhão de rogos.

Essa substância Monádica chama-se “A Mãe do Peixe”. Isso nos lembra o peixe de Oanes e o profeta Jonas, vomitado por um peixe. O Peixe simboliza o Íntimo, a força-mãe de Manas (a mente), O que a possui se faz poderoso no Mundo da Mente; porém, necessita-se ser “muito digno e merecedor” para ter a honra de recebê-la.

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A Tábua Esmeraldina

A Tábua de Esmeralda, ou Esmeraldina, é um texto clássico atribuído ao Trismegisto. Filósofos, alquimistas  e também astrólogos basearam seus conhecimentos nesse importante legado do Velho Mundo. Clemente de Alexandria tece louvores aos profundos ensinamentos do Grande Mestre e afirma que, desafortunadamente, só se conhecem Tábua Esmeraldina, o Pimandro e Asclépios ou o Discurso da Iniciação. Ambas obras têm um alto valor iniciático.

No Pimandro, Hermes recebe os ensinamentos de Pimandro, a consciência superior ou inteligência soberana e divina.  “O primeiro que se deve fazer – diz Pimandro a seu discípulo – é desgarrar  essas vestiduras que te cobrem, essas roupagens da ignorância, princípio e fundamento da perversidade, cadeia da corrupção, coberta tenebrosa, morte vivente, cadáver sensível, sepulcro que contigo levas, ladrão doméstico, inimigo no amor, zeloso no ódio. Tal é a vestidura do adversário que levas sobre ti.

E que te atrai para baixo, temendo que a percepção da Verdade e do Bem te faça odiar. A maldade do teu inimigo e descobrir os traidores laços que te tendem, obscurecendo a tua vista o que resulta claro para os outros, afogando-te na matéria, fazendo com que te embriagues com infames voluptuosidades… Tudo, em suma, para que nunca ouças o que a teus ouvidos lhes convém ouvir, e para que jamais vejas o que a teus olhos lhes convém ver”.

Podemos notar no trecho acima que existem em nosso interior imperfeições que o discípulo Hermes (na verdade, todos nós, que um dia ansiamos trilhar a Senda da Iniciação) necessita desintegrar para concretizar a chamada Grande Obra no Microcosmo-Homem.

Ainda nessa obra, Pimandro, são especificadas 12 imperfeições egoicas a serem eliminadas de nossa psique, e que são, em ordem sucessiva: ignorância, tristeza, intemperança, concupiscência, injustiça, avareza, erro, inveja, procederes capciosos, cólera, temeridade e maldade. A razão da necessidade de dissolvermos nossos pecados são explicados a seguir: “Pela prisão dos sentidos, submetem o Homem Interior e o tornam escravo das paixões. Pouco a pouco se afastam de quem Deus olha com olhos de piedade e eis aqui no que consiste o modo e a razão dos Renascimentos”.

A Visão de Hermes

Um dia, Hermes ficou adormecido depois de refletir sobre a origem das coisas. Uma pesada dormência apoderou-se de seu corpo, porém, à medida que seu corpo ficava pesado, sem forma determinada, chamavam-no por seu nome. “Quem és?”, disse Hermes, assustado. “Sou Osíris, a Inteligência soberana, e posso revelar-te todas as coisas.”

“Desejo contemplar a Fonte dos Seres, ó Divino Osíris, e conhecer Deus!” “Serás satisfeito.” Nesse momento, Hermes sentiu-se inundado por uma Luz deliciosa, em suas ondas diáfanas passavam as formas encantadoras de todos os seres. Porém, de repente, espantosas trevas de formas sinuosas desceram sobre ele. Hermes ficou submergido num caos úmido de fumo e de um lúgubre zumbido. Então, uma voz elevou-se do abismo. Era o grito da Luz, em seguida de uma fogo sutil, saiu das úmidas profundidades e alcançou as alturas etéreas.

Hermes subiu e voltou a ver os espaços. O caos voltava ao abismo, coros de astros se espalhavam sobre sua cabeça e a voz da Luz enchia o infinito.

“Ficaste surpreso com o que viste?”, disse Osíris a Hermes, encadeado em seu sono e suspenso entre a terra e o céu. “Não”, disse Hermes. “Bem, ainda saberás mais. Acabas de ver o que acontece desde a Eternidade. A Luz que viste no princípio é a Inteligência Divina que contém todas as coisas em potência e encerra os modelos de todos os seres. As trevas em que estavas submergido em seguida são o mundo material onde vivem os homens da terra. O fogo que viste brotar das profundezas é o Verbo Divino. Deus é o Pai, o Verbo é o Filho, e sua união é a Vida…”

Sobre o livro Corpus Hermeticum, clique na imagem acima e saiba mais.

“Que sentido maravilhoso foi aberto em mim?”, disse Hermes. “Já não vejo com os olhos do corpo, senão com os do Espírito. Como isso ocorre?” “Filho da terra”, respondeu Osíris, “é porque o Verbo está em ti, o que em ti ouve, vê e obra é o próprio Verbo, o Fogo Sagrado, a Palavra Criadora.” Posto que és assim”, disse Hermes, “faz-me ver a vida dos mundos, o caminho das almas, de onde o homem vem e para onde volta.” “Faça-se segundo teu desejo.”

De repente, Hermes ficou mais e mais pesado, como uma pedra, e caiu através dos espaços como um aerólito. Por fim, viu-se no cume de uma montanha, estava escuro. A terra era sombria e desnuda, e seus membros pareciam estar pesados como ferro. “Levanta os olhos e observa!”, disse Osíris. Então, Hermes viu um espetáculo maravilhoso. O espaço infinito, o céu estrelado envolvia-se em sete esferas luminosas. De uma só mirada, Hermes viu os sete céus escalonados sobre sua cabeça como sete globos transparentes e concêntricos, cujo centro sideral ele ocupava. O último tinha como cinta a via-láctea.

Em cada esfera girava um planeta acompanhado de uma forma, um signo e uma luz diferentes. Enquanto Hermes, deslumbrado, contemplava essa floração espargida e seus movimentos majestosos, a voz disse: “Olha, escuta e compreende! Tu vês as sete esferas de toda a vida. Através delas têm lugar a queda das almas e sua ascensão.

Os sete planetas com os seus Gênios são os sete Raios do Verbo-Luz. Cada um domina em uma esfera do Espírito em uma fase da vida das almas. O mais aproximado a ti é o Gênio da Lua, o de inquietante sorriso e coroado com uma foice de prata. Este preside os nascimentos e as mortes. Ele desgarra as almas dos corpos e as atrai em seu raio.

Sobre ele, o pálido Mercúrio mostra para as almas o caminho das almas descendentes ou ascendentes, com seu Caduceu que contém a Ciência.

Mais acima, Vênus sustenta o Espelho do Amor, onde as almas por turno se esquecem e se reconhecem.

Sobre este o Gênio do Sol eleva a Tocha Triunfal da eterna beleza.

Mais acima ainda, Marte brande a Espada da Justiça.

Reinando sobre a esfera azulada, Júpiter sustenta o Cetro do Poder Supremo que é a inteligência divina.

E nos limites do mundo sob os signos do Zodíaco, Saturno leva o Globo da Sabedoria Universal”.

“Vejo”, disse Hermes, “as sete regiões que compreendem o mundo visível e invisível. Vejo os sete Raios do Verbo-Luz, do Deus Único que os atravessa e governa. Porém, ó meu Mestre!, de que forma tem lugar a viagem dos homens através de todos esses mundos?” “Vês”, disse Osíris, “ uma semente luminosa cair das regiões da via-láctea na sétima esfera? São germes de almas. Elas vivem como vapores ligeiros na região de Saturno, ditosas, sem preocupação, ignorantes de sua felicidade. Porém, ao caírem de esfera em esfera, revestem envolturas cada vez mais pesadas. Em cada encarnação adquirem um novo sentido corporal, conforme o meio em que habitam.

Sua energia vital aumenta. Porém, à medida que entram em corpos mais espessos, perdem a recordação de sua origem celeste. Assim, tem lugar a queda das almas procedentes do divino Éter. Mais e mais prisioneiras da matéria, mais e mais embriagadas pela vida, precipitam-se como uma chuva de fogo, com estremecimentos de voluptuosidade, através das regiões da dor, do amor e da morte, até sua prisão terrestre, onde tu gemes retido pelo centro ígneo da terra e onde a vida divina se assemelha a um vão sonho.”

“As almas podem morrer?”, perguntou Hermes. “Sim!”, respondeu a voz de Isíris. “Muitas perecem no descenso fatal. A alma é filha do céu e sua viagem é uma prova. Se em seu amor desenfreado da matéria perde a recordação de sua origem, a brasa divina que nela estava e que pudera chegar a ser mais brilhante que uma estrela, voa para a região etérea, átomo sem vida, e a alma se desagrega no torvelinho dos elementos grosseiros.”

A essas palavras de Osíris, Hermes estremeceu, porque uma tempestade rugiente o envolveu em uma nuvem negra. As sete esferas desapareceram sob espessos vapores. Viu ali espectros lançando estranhos gritos, levados e desgarrados por fantasmas de monstros e de animais, em meio a gemidos e de blasfêmias sem nome.

“Tal é”, explicou Osíris, “o destino das almas irremediavelmente baixas e malvadas. Sua tortura só termina com sua destruição, que é a perda de toda a Consciência. Porém, observa: os vapores se disspiam, as sete esferas reaparecem sob o Firmamento. Olha deste lado. Vês aquele enxame de almas que tratam de remontar à região lunar? Algumas são rechaçadas para a terra, como torvelinhos de pássaros sob os golpes da tempestade.

Outras alcançam a grandes braçadas a esfera superior, que as arrasta em sua rotação. Uma vez chegadas ali, recobram a visão das coisas divinas. Porém, desta vez não se contentam com refleti-las no sonho de uma felicidade impotente. Elas se impregnam daquelas coisas com a lucidez da consciência iluminada pela dor, com a energia da vontade adquirida na luta. Elas se voltam luminosas, porque possuem o divino em si mesmas e o irradiam em seus atos.

Tempera, pois, tua alma, ó Hermes, e serena teu espírito obscurecido, contemplando esses voos distantes de almas que remontam às sete esferas e ali se propagam como pequenas faíscas. Porque tu também podes segui-las: basta querê-lo para elevar-se. Olha como elas se enxameiam e descrevem coros divinos.

Cada uma se coloca sob seu gênio preferido. Algumas remontam-se até o Pai: entre as potências, potências elas mesmas, porque ali donde tudo acaba, tudo começa eternamente e as sete esferas dizem juntas: “Sabedoria! Amor! Justiça! Beleza! Esplendor! Ciência! Imortalidade!”

Através do tempo, muitos desses textos sagrados, que contêm grandes verdades cósmicas e do Espírito, desafortundamente têm sido perdidos, têm sido alterados, rechaçados ou adulterados. Sem embargo, para o bem do inquieto Buscador dessas realidades, ainda podemos esquadrinhar na sagrada Gnosis os segredos do Universo.

Eu Sou Toth, o senhor dos dois cornos da Lua.
Minha escrita é perfeita e minhas mãos são puras.
Detesto o mal e aborreço a iniquidade.
Fixo com meus escritos a Justiça Divina.
Sou o pincel que o Deus do Universo utiliza.
Sou o mestre do direito e da lealdade,
O senhor da Verdade e da Justiça,
O que destrói a mentira e afirma a Verdade ante os Deuses

(O Livro Egípcio dos Mortos – Livro 182)

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