quinta-feira, dezembro 26, 2024

OBESIDADE – MAL DO SÉCULO?!?

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    A obesidade é uma doença sistêmica (atinge a pessoa como um todo) e pode vir a causar ou agravar diversas condições clínicas.

    A OBESIDADE é também uma doença crônica. Isto é, ninguém fica obeso de um dia para o outro. Nos tornamos obesos ao longo do tempo, ou seja, a obesidade é construída passo-a-passo. É, direta ou indiretamente, responsável pelo aumento da mortalidade em todas as espécies, não só nos humanos. Particularmente, nunca vi uma pessoa de 90 anos obesa! Parece que todas morrem antes disto. Os longevos não são obesos.

    Pode-se conceituar a obesidade como:

    1 – Um aumento de massa de gordura no corpo, em forma de triglicérides, devido a um balanço energético positivo ou, ainda como uma consequência do uso crônico de alimentos sem propósito nutricional. O corpo fica com um excesso de peso que foge aos padrões médicos para altura, idade e sexo . O aumento da entrada, a diminuição do gasto ou a associação de ambos os fatores contribuem para o balanço energético positivo.

    2 – Uma condição clínica multi-determinada. Um indivíduo com um predisposição genética, que se desenvolve num ambiente em que o culto principal é o comer.

    3 – Distúrbios do eixo neuro–hormonal que evoluem com aumento do tecido adiposo (gorduroso).

    4 – Resposta psico-emocional na relação mãe, filho e alimento.

    O médico com conhecimento e experiência ortomolecular não pode se deixar CAIR NESTAS EXTRAPOLAÇÕES EQUIVOCADAS de que exista uma dieta exclusivamente ortomolecular. Não existe tal dieta e sim reeducação alimentar.
    É necessário que o clínico esteja receptivo e perceba o tipo de “fala” do cliente, para que possa entender a obesidade (também) como uma modalidade de expressão.
    O investimento da terapêutica médica está focalizado essencialmente no transtorno do comportamento alimentar em que o balanço energético se apresenta como “positivo”. Isto, entretanto, não impede a consideração de fatores aquém e além desta encruzilhada. A grande meta ainda é uma adequação alimentar às leis do corpo da pessoa dentro do seu contexto e aí, neste ponto, a sensibilidade médica torna-se essencial para o sucesso de um programa de emagrecimento com saúde.

    Ninguém emagrece efetivamente sem reorganizar a vida e preparar-se para este evento. Portanto, emagrecer e ficar magro é uma condição que exige competência para lidar com a força imposta pela nova imagem corporal adquirida através do tratamento.

    EMAGRECER É UMA META PESSOAL

    É uma via de mão única. E se assim não for considerada, a pessoa vai e vem, isto é,engorda e emagrece, emagrece e engorda, o quê, frequentemente, faz com que a pessoa se sinta em profundo conflito, culpada, desapontada consigo mesma, impotente, para mencionar apenas algumas das consequências psico-emocionais que se instalam e que, não raro, agravam ainda mais o problema da obesidade.

    COMO ESTA PÁGINA TEM O OBJETIVO DE ESCLARECER, observe o seguinte:

    A Fluoxetina é um anti-depressivo, não faz perder peso. Se assim não fosse, todos os deprimidos que usam esta droga seriam magros.
    Só se deve prescrever um inibidor do apetite quando isto for extremamente necessário e com o consentimento do paciente; por um curto espaço de tempo, apenas o suficiente para que a pessoa perceba o que significa alimentar-se menos, portanto como um auxiliar, apenas uma parte de UMA ATITUDE MAIOR DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR.

    Épocas do aparecimento da obesidade:

    – 34% da obesidade tem início na infância

    – Na puberdade – 9%

    – Na gravidez – 11%

    – No casamento – 8%

    – No cessar esportes – 7%

    – Em outras ( menopausa, cessar tabagismo, etc).

    Causas da obesidade:

    1 – Genética – hoje já existe unanimidade que o fator genético seja responsável por cerca de 33% das grandes obesidades femininas e 17% das masculinas.

    2 – Ambiental – devido à grande ingestão calórica devido à hábitos familiares, raciais.

    3 – Psicológica – a ansiedade pode canalizar para a grande ingestão de alimentos, substituição das necessidades básicas pela fome alimentar, carências, ou por “ proteção ”.

    4 – Inatividade física prolongada – devido à imobilidade forçada ou temporária.

    5 – Neurológica – destruição do centro da saciedade localizada no hipotálamo, por hemorragia, traumatismos, tumores ou então quando há estímulo do centro da fome, localizado também no hipotálamo.

    6 – Eixo neuro-endócrino – raras situações pode-se citar o insulinoma.

    7 – Suicídio programado – Acredite, isto existe!e está respaldado pela ciência chamada Tanatologia (estudo da morte). Comer em excesso pode ser uma forma de suicidar-se aos poucos, um desleixar, um abandonar-se, um desistir.
    Daí a importância da sensibilidade do profissional de saúde e sua capacidade de ouvir e compreender o paciente. É preciso investigar os fatores causais que permeiam aquele comportamento auto-destrutivo. É possível que (aos próprios olhos) não reste nenhuma outra fonte de prazer ao alcance daquela pessoa. É possível que tenha tido grandes desilusões, decepções, sofrido perdas que não conseguiu superar … e tenha desistido, … da vida! Preste atenção!

    Entretanto, o ser humano precisa e busca o prazer, precisa de um mínimo de “felicidade”, … precisa de alívio!
    Comer pode se tornar a única forma de prazer. Bem ali, ao alcande das mãos, está a geladeira, guardando segredos, solidária e cúmplice em todos os momentos de angústia e de euforia.
    Esta é frequentemente uma estória com final infeliz, pois o excesso de peso, além de aumentar consideravelmente a vulnerabilidade às doenças, ainda terá o agravante de dificultar muito os eventuais procedimentos médicos. Ao socorrer um paciente obeso os os profissionais de saúde e a própria família encontrarão várias dificuldades adicionais:

    – será mais difícil fazer uma entubação;

    – será mais difícil carregar a maca;

    – será mais difícil anestesiar;

    – as suturas (pontos) serão mais difíceis de ser dadas.

    – se você tiver uma morte súbita. (as medidas fogem dos padrões…).

    E, ATENÇÃO. se você é hipertenso, tem distúrbio de coronárias ou alteração na glicemia tente permanecer com o peso ideal pois os riscos cirúrgicos em caso de emergência são extremamente maiores.

    Os números são claros: a mortalidade pós-operatória dos obesos é de 3,3 a 6,6 vezes mais elevada do que nas pessoas de peso normal, em casos de intervenções cirúrgicas de urgência ou não-urgência, respectivamente. A título de comparação estes números são de 10,8 e 12,7 para os diabéticos. Note-se ainda que é muito frequente que a obsidade e a diabete estejam presentes simultaneamente no mesmo paciente, o quê obviamente torna a situação muito mais complicada.

    A obesidade, como todos os assuntos que dizem respeito à saúde de uma pessoa, é séria. Como médico e nutrólogo tenho por princípio não aceitar a idéia de tratar a obesidade baseado, por exemplo, em um grupo sanguíneo em particular. Vejamos:

    Você é do grupo sanguíneo “O”, portanto (por hipótese) não poderia comer trigo?! Ora, o trigo foi cultivado pelos egípcios no vale do Nilo durante milênios! Sabe-se que, através da história da civilização egípcia, o trigo é um alimento milenar, bíblico, simboliza o saciar a fome, um componente presente na alimentação básica de todos os povos. No entanto, não há registro de nenhuma epidemia de obesidade nos séculos passados relacionada ao grupo sanguíneo “O”.

    O mesmo se pode dizer da batata, tomate, milho, entrre outros tantos alimentos.

    Não sejamos especulativos, nem oportunistas de terapias mirabolantes!

    A doença “obesidade” é passível de prevenção e tratamento, por via de atitudes e adequação de comportamentos e hábitos, mas não existe “ainda” uma dieta milagrosa!

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