Há tempos venho analisando e observando esse ensinamento Gnóstico.
Tanto em mim, como exteriormente.
Queremos ter a razão de nossos argumentos e conhecimentos. E muitas vezes temos a razão.
Mas porque em uma conversa ter a razão é o certo a fazer?
O ego existe e continua existindo porque há a razão dele existir.
Recordo de uma passagem da vida do V.M. Samael… Um discípulo estava tentando convencer uma pessoa que ele estava errado. Tentava convencer com argumentos e lógicas objetivas.
Mas a outra pessoa continuava com suas crenças.
Então, o discípulo pediu ao Mestre Samael que participasse, que convencesse a outra pessoa.
E o Mestre disse que não participava de discussão.
Observei em minha vivência algumas experiências sobre isso.
Quantas vezes tentei querer ter a razão e com isso acabar com a discussão.
Mas verifiquei que mesmo tendo a razão, acabaria, talvez, gerando ressentimento ou sentimento de inferioridade sobre a pessoa.
Foi quando experimentei os ensinos Gnósticos em minha vida pessoal. Nada melhor do que falar sobre o que vivenciamos…
Foi quando tinha uma razão para as coisas que fazia (conhecendo a Gnosis), mas era inevitável ouvir sermões de familiares, amigos, etc. Então ouvir calado levava a situações como: o evento passava logo, não havia ressentimento na outra pessoa, não fortalecia minha ira e muitas vezes a pessoa se arrependia de ter dito aquilo…
Recordo certa vez quando um instrutor Gnóstico me repreendeu por chegar atrasado na palestra do qual deveria participar por estar fazendo um curso. Queria justificar porque estava terminando de ajeitar algumas coisas particulares do qual não teria outro horário para fazer, quando ouvi: “Não tem justificativa!”. Por um instante percebe-se quando queremos ter a razão do que fazemos. Certamente tinha uma razão e justificativa para aquilo.
O pior de tudo é que o ego tem a razão do que faz.
É por isso que devemos tirar a razão do ego.
Mas e se for uma ação da Consciência? Devemos dar a razão a quem pede? Ou discutir, buscar a razão?
Vi esse mesmo instrutor receber críticas, conselhos, etc, e dizer: Você tem razão. Na mesma hora o crítico não teve mais o que dizer e se calou.
Pode-se perceber que manter a paz, a amizade, a falta de ressentimento, etc, vale mais do que ter a razão de algo. Qual é o valor que tem isso para nós?
Dar a razão pode gerar dor emocional em quem o faz… Certamente o orgulho não gosta. Mas porque devemos gostar mais do orgulho (o querido ego) do que de paz, amizade?
O Mestre Samael ensinava publicamente a Gnosis e existiam aqueles que discordavam, que criticavam, etc. Mas como ele demonstrava que era Gnóstico? Com uma lógica surpreendente tentando convencer? Ele surpreendia com o exemplo, se calando e mantendo a humildade, a paz e o amor.
Se queremos ser estudantes Gnósticos e queremos ajudar as pessoas a conhecerem esse Conhecimento Inefável do Cristo, não espantemos as pessoas com lógicas, argumentos, com exemplos de conflitos, com demonstrações que sabemos mais, etc. É melhor dar a razão a quem pede, se colocar no lugar da pessoa e mostrar que um estudantes Gnóstico, acima de tudo, além dos conhecimentos que possui, tem algo incrivelmente exemplar que é o amor. Que seja uma centelha apenas. Que a demonstração de amor e conhecimento a quem quiser sejam os dois pratos de nossa balança interior.
“Com amor demonstrareis que sois meus discípulos” – Jesus o Cristo.
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