quinta-feira, novembro 21, 2024

Carne com hormônio pode afetar fertilidade dos filhos

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    imported_Ali
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    PARIS, 28 mar (AFP)

    Os filhos homens de mães que ingeriram grandes quantidades de carne de boi tratado com hormônios poderão ter problemas de fertilidade quando forem adultos, segundo o primeiro estudo já realizado sobre a relação entre alimentação e reprodução feito por cientistas americanos e que será publicado nesta quarta-feira em um jornal médico.

    De acordo com o estudo, os homens, cujas mães ingeriram muita carne de boi, grande parte da qual é tratada com hormônios nos Estados Unidos para acelerar o crescimento do gado, têm baixos níveis de fertilidade em comparação com os outros, cujas mães comeram menos ou nenhuma carne.

    Pelo estudo, os filhos de mulheres que ingeriram mais de sete porções de carne bovina tratada com hormônios tiveram uma contagem de esperma quase 25% menor do que aqueles cujas mães comeram menos
    Há mais de meio século, os fazendeiros americanos usam hormônios para acelerar o crescimento da musculatura do gado. Na União Européia (UE), o uso destas substâncias foi proibido em 1988, gerando grande disputa comercial com os EUA. A Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá emitir um parecer técnico sobre a disputa em 17 de abril, informou uma fonte da Comissão Européia, braço executivo da UE.

    Esta é a primeira pesquisa comparativa sobre os efeitos da comida no sistema reprodutivo humano, afirmam os autores.

    O estudo acompanhou 387 homens nascidos entre 1949 e 1983, que foram entrevistados sobre dados de sua infância e histórico de fertilidade, e tiveram coletadas amostras de seu esperma.

    Os filhos de mulheres que ingeriram mais de sete porções de carne bovina tiveram uma contagem de esperma quase 25% menor do que aqueles cujas mães comeram menos carne. E eles se revelaram três vezes mais propensos a ter concentrações de esperma abaixo do limite do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica como subfertilidade.

    Em resumo, quanto mais carne de boi a mãe ingeriu, menor a qualidade do esperma do filho.

    “Estes dados sugerem que o consumo de carne bovina pela mãe e, possivelmente, os xenobióticos (substâncias químicas externas) na carne podem alterar o desenvolvimento testicular do feto no útero e afetar sua capacidade reprodutiva”, diz o estudo.

    A “hipótese plausível”, que também é sustentada por um estudo anterior com ratos de laboratório, é que os hormônios são a causa, afirmou Swan.

    Ela reforçou, no entanto, que esta não é uma conclusão definitiva e que são necessários estudos futuros, como por exemplo a avaliação da fertilidade dos homens europeus nascidos após 1988.

    O primeiro hormônio sintético, o diethylstilbestrol ou DES, foi formulado em 1933. Em 1947, seu uso foi aprovado em mulheres para evitar abortos espontâneos.

    Em 1954, a FDA (Food and Drug Administration), agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos, aprovou o DES para acelerar o desenvolvimento muscular no gado. Em 1956, mais de dois terços do gado americano recebia DES, segundo o estudo de Swan.

    Em 1979, a FDA suspendeu o uso de DES no gado, oito anos depois de sua proibição para mulheres grávidas devido a evidências de que causava danos nos sistemas reprodutivos masculino e feminino.

    Outros hormônios ainda são ampla e legalmente usados na produção de carne dos Estados Unidos e do Canadá. São três esteróides naturais (estradiol, testosterona e progesterona) e três sintéticos (zeranol, acetato de trembolone e acetato de megestrol).

    Segundo Swan, quando o animal é sacrificado, nem todos os esteróides foram metabolizados ou excretados, deixando níveis em músculos, gordura, fígado, rim e outros produtos.

    O artigo será publicado na Human Reproduction, jornal da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia.

    😯

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