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ARTES MARCIAIS – O CAMINHO ESOTÉRICO, A luta como revolução

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    Roit
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    O termo marcial vem de Marte, deus da Guerra, no Panteão romano, irmão de Minerva, deusa da Sabedoria. Isto não quer dizer que este deus representasse a guerra exterior ou meramente belicista, responsável pela destruição do homem, somente para o fortalecimento do ego. O simbolismo real desta entidade mitológica era a derrota do inimigo interno, responsável por todas as desgraças da humanidade.
    Na antiga Índia, o deus Kartykeya e na América pré-colombiana o deus Tezcatlipoca, tinham a mesma representação bélica. Com semelhança na essência, que defende a vitória interior, como único meio de se chegar ao pleno desenvolvimento em todos os níveis do ser humano.
    O estudante marcial, em seus primeiros, passos acredita que com a força física obterá a vitória. Mas o tempo e a a evolução espiritual vai-lhe ensinar que somente poderá se considerar um vencedor de verdade aquele que derrota o seu “eu”. Pondo como burilamento interno uma visão mais ampla da vida. Passando pela humildade, educação, amor ao próximo e diversas outras características, defendidas pela maioria das religiões universais de Cristo a Buda
    Ao tecer comentários sobre as artes marciais e sua parte mística, é de suma importância entendermos o que vem a ser arte, que me parece ser o complemento de marcial. Entendo, então, que a arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista que cria obras concretas e singulares, quanto para o apreciador que se entrega a elas para penetrar-lhes o sentido.

    Postado em Nov 10 2004, 08:23 PM

    Roit, o que é ARTE?

    Arte é a Ciência e a Prática LEVADAS à PERFEIÇÃO.. E COM BELEZA!!!

    Quando vemos um truculento meter a mão em um pobre coitado, como ocorre muito no Rio de Janeiro, então isso não é Arte, é Violência da pior classe.

    Agora, quando a Técnica Marcial é levada com Beleza, Equilíbrio e RESPEITO ao Ser de cada um de nós, aí sim é ARTE MARCIAL…

    Do contrário, é Porrada Marcial!!!

    Daniel Postado em Nov 18 2004, 11:37 PM

    Você tem toda a razão, Áli.

    Acontece que as novas gerações de lutadores estão encontrando nas academias, pelo menos no RJ, instrutores despreparados, sem a menor formação em Psicologia ou, pior, em Educação Física, que mais ensinam a bater do que a entender que o espírito do guerreiro é forjado na paz que ele encontra dentro dele mesmo.

    Quando os primeiros lutadores criaram um sistema de defesa usando as mãos e os pés, havia necessidade da luta corpo a corpo em função da escassez das armas e do acesso restrito das mesmas àqueles que não pertenciam às castas mais elevadas. Com o passar do tempo, a aquisição de armas ficou extremamente facilitada e a violência se instalou. O combate corpo a corpo deixou de ser uma forma de defesa efetiva contra as armas potentes.

    Veja o caso do Jiu-Jitsu: foi nescessário que um parte da família dos Gracies, nos E.U.A. passasse a usar um outro sobrenome, também de família, em função da péssima imagem que esta luta tem transmitido, devido a estes vândalos a que você se referiu.

    Some-se a isto a aplicação, cada vez mais intensiva, de esforçoes das confederações e associações em aplicar no lado competitivo e esportivo, sobrelevando-se ao lado artístico e marcial.

    Quando o guerreiro aquieta sua mente é que ele pode se preparar pra batalha.

    Felizmente, meu amigo, há muita gente querendo e fazendo muito pra reverter este quadro !!!

    Há muita gente interessada em aprender o lado místico das artes marciais, aquilo que todos sabem que existe, e pouco é falado.

    AngrA Postado em Nov 18 2004, 11:44 PM

    Pois é…

    Eu pratico artes marciais japonesas antigas. E faz muito bem, tanto ao físico quanto ao espiritual.

    Meu mestre sempre preza a humildade, respeito e disciplina. Mesmo a indisciplina, de modo sadio, contestando e perguntando.

    Para mim o desenvolvimento físico é consequencia, pois o desenvolvimento espiritual é incrível. Você aprende a sociabilidade, aprende com seus erros e supera suas limitações. E também para vocês terem uma idéia, nas aulas é falado sobre os chakras, espíritos superiores, e até sobre Marte, Egito e Lemúria meu mestre já comentou. Fora que nós membros formamos uma família, uma harmonia muito legal.

    Eu aconselho a todos a praticarem alguma coisa, mas desde que tenha conteúdo, porque hoje em dia tem muita enganação disfarçada de arte marcial por aí.

    Daniel Postado em Nov 25 2004, 10:26 PM

    … e esta harmonia que você citou existir entre seus colegas de treino, AngrA, certamente tem a ver com o aspecto verdadeiramente artístico das artes marciais que não foi desprezado pelo seu instrutor.

    Sobre o aspecto artístico, você pode observar que o verdadeiro artista intui a forma organizadora dos objetos ou eventos sobre os quais focaliza sua atenção. Ele vê ou ouve o que está atrás da aparência exterior do mundo.

    Um exemplo claro pode ser visto no filme “ Amadeus” , de Milos Forman, onde se assiste a uma cena em que isto se apresenta nitidamente. A sogra de Mozart, emocionada e chateada, conta ao compositor quais os motivos que levara sua filha a abandoná-la.

    Mozart ouve bem e , de repente, se concentra nas palavras da sobra e começa a se sintonizar com a melodia e ritmo do discurso. Daí, afasta-se das palavras da sogra e compôe uma ária para “A Flauta Mágica”.

    Como bom artista que era, Mozart consegue perceber pelo poder seletivo e interpretativo dos seus sentidos, formas que não podem ser nomeadas ou reduzidas a um discurdo verbal explicativo. Partindo do princípio de serem SENTIDAS e não EXPLICADAS.

    A intuição do artista o faz fugir da criação de cópias da natureza e o permite criar símbolos dessa mesma natureza e da vida humana.

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