O que é a Dança, na visão esotérica? Fundamentalmente, o Pilar da Arte, dentro da Gnosis, tem a característica de equilibrar e complementar os pilares da Ciência e da Filosofia e acercá-los à experimentação do Pilar do Misticismo. A Arte é o elemento que serve de veículo para esta complementação.
“A Arte – diz o Mestre Samael – é a expressão positiva da mente… Todos os Adeptos têm cultivado as belas artes”. Sua principal característica é a Inspiração – o polo oposto da Intelectualização – que leva à Intuição do coração.
A dança é uma manifestação da arte em seu mais transcendental significado, que tem como princípio básico o de que através da prática de certos movimentos físicos que imitam movimentos cósmicos é possível realizar uma conexão entre o macrocosmo e o microcosmo a nível energético por causa do Princípio Hermético da Correspondência, e por este meio ter acesso a uma informação de Ordem Superior.
Nas palavras do Mestre Samael: “As danças sagradas eram verdadeiros Livros informativos que transmitiam, deliberadamente, certos conhecimentos cósmicos transcendentes”.
Conhecendo perfeitamente o movimento das forças cósmicas do Universo, nossos antepassados aprenderam a reproduzi-los e correspondê-los interna e misticamente em suas formosas danças. O Mestre Samael menciona que os “dançarinos antigos conheciam as sete partes independentes do corpo e sabiam muito bem o que são as sete linhas distintas do movimento…”
Mediante a concentração dinâmica, ou meditação em movimento, compreenderam que na criação de um movimento rítmico e compassado, descobriram este movimento (ritmo, vibração, música, cor etc.) no núcleo das estrelas como no das células; no coração dos animais e no dos homens; no interior das plantas e no dos minerais. Mover-se quer dizer VIVER! Estar imóvel significa estar desprovido da vida. A imobilidade equivale, na mitologia de todas as culturas, à não-existência e é um estado anterior à Creação.
Sob esse princípio nasceram as danças sagradas dos tempos do Egito, da Babilônia, da Grécia, as danças dos dervixes girantes na Pérsia e as danças mexicah em Anáhuac (México), entre outras. Na Roma antiga, os mais importantes conselheiros encabeçavam as procissões nas festas, sendo a procissão uma forma de dança. Na mitologia grega Reia, esposa de Cronos, ensina os filhos da terra a dançar.
Orfeu ordenava que todo aquele que entrasse na sabedoria dos Mistérios deveria ser recebido com a dança. Sócrates estimava que a dança era uma necessidade essencial e Platão dizia que o homem que não sabia dançar não era educado.
A dança na Grécia estava associada, desde os tempos mais remotos, com os deuses, tais como: Helios, Dionisos, Pan, Ártemis… todos dançavam. No Egito dos faraós executavam-se danças solares ao redor dos templos. Na Índia é o próprio Shiva quem cria o universo por meio da dança. É Ele quem obriga a matéria a se pôr em movimento; quem cria e destrói o universo.
Sua dança simboliza a atividade divina como a fonte de energia que põem em movimento o universo.
No Antigo Testamento existem vários termos que se referem à dança e que sugerem desde o dançar em círculo (como o fez, o rei David ante Jeová) até “torcer-se de dor durante o parto”, aludindo ao movimento criador da vida. Nos Atos de São João (texto gnóstico apócrifo escrito ao redor do século 3º ), Cristo ensina seus discípulos a orar através da dança circular, terminando o hino com suas próprias palavras: “quem não dança não conhece os caminhos da vida”.
No México antigo a dança era associada à palavra macehualiztli, que alude a um “merecimento” através da penitência, e era considerada de caráter mágico porque permitia obter o merecimento dos deuses através do enlace das quatro direções do universo.
POR QUE A DANÇA É SAGRADA?
• Porque toda atividade humana que transcenda os limites do profano pode alcançar um estado sagrado ou superior. Para isso será necessário que dita atividade leve a necessidade de alcançar um terceiro estado de consciência e uma constante recordação do Ser, além de buscar um objetivo impessoal que a converta em um ato consciente: um sacrifício (sacro ofício).
• Porque ela “representa” – como se fazia antigamente através dos Mystéyn (Mistérios) ou representações teatrais de tema divinos, que se converteram nos modernos rituais – um acontecimento espiritual e cósmico, ou seja, superior, e dessa maneira instrui a consciência, que é a finalidade de todo ritual.
• Porque ao ser entendida uma prática ritual, que com liturgia contém uma linguagem alegórica, simbólica e mística – neste caso manifestada através da evoluções e movimentos dos dançarinos, a música e em algumas ocasiões o canto – instrui a consciência por meio do que o Mestre Samael chama os “fundamentos psicológicos ritualísticos”, ou seja, a psicologia do ritual.
Este sistema, presente em toda prática cerimonial, elude o processo de racionalização através do intelecto, passando informação e a sabedoria diretamente à parte emocional do centro intelectual e dali ao Centro Emocional Superior, se a disposição e concentração do participante o permite.
Desta maneira se explica o porquê através do ritual, a cerimônia ou qualquer prática mística como a dança, é possível para o participante e para o observador (público ou congregação) ter “experiências místicas” inexplicáveis para o intelecto ou a razão.
• Porque a dança é um caminho espiritual que conduz o homem a seu reencontro com a verdade. A dança desperta a sensibilidade no dançarino, permite-lhe ver através dela, seu próprio caminho, o caminho que como buscador do conhecimento deve seguir. Sendo o dançarino um servidor do Grande Misterioso, converte-se em um instrumento para a manifestação do Grande Espírito.
O Grande Espírito é o Divino que habita no fundo da alma e nEle se encontra a autentica e legítima faculdade cognoscente, conforme o dançarino-iniciado percorre o Caminho Vermelho da aniquilação do ego e desenvolve sua consciência, essa última vai iluminando o dançarino, despertando o seu Átomo Dançarino (Átomo Nous, que é o átomo girante de Deus, que se encontra no coração) e a dança daquele guerreiro da Luz se transforma em uma expressão de seu Ser Interior Profundo.
A dança sagrada é, e sempre será, uma expressão da vida interior do guerreiro-buscador do Conhecimento, e a vida cotidiana do aprendiz deve ser uma expressão da dança. Somente dessa maneira poderíamos entender um dos preceitos fundamentais da dança sagrada: “a dança é que escolhe o dançarino”. O aprendiz de dançarino é selecionado por um poder impessoal e deve ser cuidadoso a fim de ser digno porque nem todos os escolhidos se convertem em dançarinos-iniciados impecáveis.
BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA DANÇA
Psicológica e Mentalmente
• Produz maior compreensão do divino e do profano, isto é, permite apreciar o valor sagrado da vida, da relação corpo-mente-espírito, das relações humanas aplicando a doutrina gnóstica da momentaneidade, da auto-observação e da recordação de si mesmo.
• Produz um estado de meditação em movimento, através do desenvolvimento da concentração e equilíbrio entre os Centros: ao promover a dança como uma aprendizagem que se inicia teoricamente (centro intelectual); se aprende com a prática dos movimentos (centro motor) e uma vez aprendido se interioriza através da meditação (centro emocional), este leva de uma maneira prática ao estado conhecido como meditação ou concentração dinâmica.
• Exige a perda da importância pessoal ao demandar a necessidade de funcionar em círculos, onde o único centro e eixo ao redor do qual gira a atividade se localiza em um aspecto espiritual. A todo o momento exige uma atitude interior séria, respeito e compreensão das divindades, objetos e instrumentos, e um constante estado de devoção “bhakti yoga”.
• Promove o desenvolvimento da capacidade criativa, a parte positiva da mente (mente interior), que se relaciona com a arte, ao produzir um equilíbrio com a atividade intelectual, a qual a ser abusada corre o perigo de se converter no pólo negativo da mente.
• Abre uma oportunidade direta de aprender a funcionar em convivência, a pensar em conjunto, a vibrar em grupo, e nesta interação, conhecer-se a si mesmo.
Física e Emocionalmente
• De uma maneira completamente equilibrada, é possível considerar a dança como uma “yoga gnóstica”, porquanto produz equilíbrio físico e emocional ante a rotina da atividade cotidiana. Ajuda a romper com as rotinas da vida e os hábitos mecânicos.
• Facilita o livre fluir da energia vital, que geralmente obstaculizada pela tensão e falta de exercícios promovendo a cura do corpo e de seus órgãos e sistemas de uma maneira natura. Mais do que ser um exercício meramente físico como qualquer esporte ou yoga incipiente, é uma prática de transmutação e fluir da energia com um propósito definidamente espiritual.
• Um guia para o praticante rumo à experiência das emoções superiores, anulando o efeito nocivo das inferiores.
Espiritualmente
• Acerca o praticante até uma conexão com o divino. A dança, como toda Arte Régia, é um profundo processo de interiorização e busca de uma realidade e identidade interna que se logra ao estabelecer Centro de Gravidade Permanente, ou Átomo Dançarino na consciência, no Ser, no eixo e não na periferia, que viria a ser a atividade mecânica da vida.
• Facilita o passo da imaginação à inspiração através da aprendizagem de seus movimentos e da compreensão do propósito espiritual desses movimentos; e da inspiração à intuição abrindo a possibilidade da experiência mística, um processo pelo qual historicamente a arte tem sido fundamental para o desenvolvimento do espírito.
• Produz revelação e informação que instruem psicologicamente a consciência, razão pela qual se lhe considera como um ritual sagrado.
amei esse texto!!
amei o texto eu respondi uma prova de ballet
gosti muito.
gostei muito pois livros antigos da data de 1860 aproximadamente pois procuro saber mais sobre estes livros.
Se cada movimento produz um som e se cada som produz um movimento como diz o Mestre Samael; logo, o universo com seus sons também dança e assim a marcha e a harmonia do universo se comprazem pela música e pela dança tendo como filho o equilíbrio de tudo. Por isso os homens cantam e dançam, uma forma ainda que inconsciente, mas uma forma de saudar ao Divino na sua forma mais excelsa. E ao saudar o divino se torna ELE mesmo. Abraço.
eu amei esse site….por que eu pude fazer uma apresentação perfeita na escola sobre esse assunto…