A verdadeira poesia nos inspira a uma vida superior, aos altos cumes do espírito, ao mundo da reflexão e da inspiração, e do conhecimento direto.
Na obra do Mestre Samael Aun Weor existem verdadeiras pérolas líricas, tal como era amante dos grandes poetas, que transmitiram conhecimento pelos séculos sem-fim, também o Mestre nos deixou suas próprias poesias, cheias de lirismo e de profundo conhecimento.
MANTEIA
Manteia, Manteia, Manteia…
A música do templo me embriaga
com este canto delicioso…
E esta dança sagrada
E dançam as exóticas sacerdotisas
com impetuoso frenesi de fogo
repartindo luz e sorrisos,
naquele rincão de céu.
Manteia, Manteia, Manteia
E a serpente de fogo,
entre os mármores augustos
é a princesa da púrpura sagrada
é a virgem dos muros vetustos.
És Hadith, a cobra alada,
esculpida nas velhas calçadas de granito,
como uma deusa terrível e adorada,
como um gênio de antigos monólitos,
no corpo dos deuses enroscada.
E vi em noites festivais,
princesas deliciosas em suas liteiras,
e a musa do silêncio sorria nos altares
entre os perfumes das sedas.
Manteia, Manteia, Manteia
gritavam as vestais
cheias de louco frenesi divino,
e silenciosas elas miravam os deuses imortais
embaixo dos pórticos alabastrinos.
Beija-me, amor, olhe-me que te amo…
E um sussurro de palavras deliciosas…
Estremeciam ao sagrado arcano…
Entre a música e as rosas
daquele santuário sagrado.
Bailam exóticas dançarinas de Elêusis
entre o tinido de vossas campainhas,
Madalenas de uma via-crúcis,
Sacerdotisas divinas…
(Do livro A Revolução de Belzebu)
O CÂNTICO DOS CÂNTICOS
Sinto em meu interior um fogo atormentador
é o vinho delicioso do amor…
Eu sou a Rosa de Saron,
o lírio dos vales,
Eu sou o delicioso perfume da paixão.
Eu vivo entre a copa dos poetas coroados
eu sou o canto das Bacantes
eu sou o amor dos céus estrelados
eu sou o cantar dos cantares…
O mel de teu lábios agita meu interior
e sinto que te amo…
Eras o monte da mirra…
e a colina do incenso…
Eras o fogo do arcano…
Eras a erótica colina…
e o delicioso sorriso…
donde o amor se tem desnudado…
Agora alegres do vinho imortal,
acendamos a fogueira e cantemos as Walkírias
com um canto triunfal
de chamas e poesias.
Venha licor, venha luz e música
Que dancem os casais sobre a suave almofada
que a Rosa de Saron brilhe entre as copas
e que o fogo devore as sombras…
Venha alegria, sono e poesia
Dancemos felizes nos braços do amor
digam o que digam.
Gozemos na deliciosa câmara nupcial,
entre nardos e as mirras,
e cantemos nosso hino triunfal
de luz e poesias…
A sabedoria se elabora com a sabedoria do pecado,
e ao vertigem do absoluto,
Ó, Madalena vencida, teus lábios secos de tanto beijar,
também sabem amar…
Por isso eu a ti te quero,
mulher caída,
eu por ti me mato,
digam o que digam.
na perfumada peça de caobá.
Quero dizer-te tudo nas noites estreladas:
tu eras a Estrela da Aurora,
tu eras a luz da alvorada…
Teus peitos destilas mel e veneno,
e o livro da fêmea
Me agrada o baile e teus amores
Ah! Mulher, não me deixes,
que eu por ti me mato,
ah! Mulher, não me deixes,
que eu somente a ti quero.
A fruta proibidas nos faz deuses.
As palavras deliciosas
de amor, e seus graves juramentos
são como o fogo das rosas,
são como aqueles deliciosos momentos.
Quem nada sabe…
Os anjos mais grandes
sempre foram diabos
dos grandes bacanais;
eles gozaram nos lábios do amor,
eles cantaram o cântico dos cânticos…
As rosas vermelhas são melhores que as brancas,
porque têm a sabedoria do pecado
e a vertigem do absoluto,
e por lá muito que tem chorado,
um doce nazareno as perdoa…
A tentação é a mãe do pecado,
e a dor do pecado a sapiência,
Cristo amou a quem muito havia chorado,
e disse-lhe: mulher,
pelo muito que haveis amado,
eu te perdoo…
Os deuses mais divinos
são os que tem sido mais humanos
os deuses mais divinos
são aqueles que foram diabos.
Canta, Bel, canta tua canção,
Canta, Bel, um canto de amor.
Mulher, sois rosa de paixão,
tens mil nomes deliciosos,
porém teu verdadeiro nome é amor…
eu quero cercar teus templos com louro,
eu quero beijar teus lábios com amor…
Eu quero dizer-te coisas raras,
eu quero dizer-te coisas íntimas,
eu quero dizer tudo…
(Do livro A Revolução de Belzebu)
ACENDE TUAS 9 LÂMPADAS MÍSTICAS, Ó CHELA
Ouve-me! Há no fundo de tua alma um Mestre que permanece em vigília mística, aguardando a hora de ser realizado.
Escuta-me, amado discípulo, esse Mestre é teu Íntimo e tu és a alma do Mestre.
O Íntimo se faz Mestre com os frutos das experiências milenares através das inumeráveis reencarnações.
Não esqueças, amado discípulo, que tu és uma alma e que teu corpo é teu vestido.
Escuta-me, amado discípulo: quando um vestido se perde, que se faz? O tira de ti, porque já não te serve, e isso não se pode negar. Agora bem, e se tu desejar repor teu vestido aonde vais? Tu me responderás que vais ao costureiro. Pois bem, querido discípulo, já te disse que tu és uma alma e que teu corpo é teu vestido.
Teu vestido de carne foi bem feito para tua medida, e lhe fizeram os obreiros: teu Pai e tua Mãe. Quando esse vestido se perder, que fazes?
Tira-o de ti, e se queres repô-lo tens que buscar um novo par de obreiros que sejam varão e fêmea para que te façam outro vestido de carne bem- feito e na tua medida.
O mesmo acontece quando tu, que eras uma alma, te reveste com um vestido de carne. Tu pagas tuas contas velhas e as paga porque não há mais remédio. Essas contas são tuas más ações.
Não esqueças que Adão não é um só indivíduo, nem Eva uma só mulher. Adão são os milhares de homens da Lemúria, e Eva são as milhares de mulheres da Lemúria. As almas que hoje em dias vestidas com carne e osso são as mesmas da Lemúria, que nessas então estavam vestidas com outros vestidos de carne e osso.
Os Quatro Tronos, no Amanhecer da Vida, emanaram de sua própria vida milhões de corpos humanos em estado de embriões. Esses corpos humanos se desenrolaram através das idades e agora são nossos maravilhosos vestidos, feitos do linho da terra.
Ó LANU… Ó LANU…
Ouve-me, bom leitor, quando já te sentes devidamente preparado, pede na Santa Igreja Gnóstica aos Mestres para que te sujeitem às Provas de Rigor e se desejas ajuda especial, invoca a mim, SAMAEL AUN WEOR, e eu te conduzirei através dos nove portais que te darão direito a subir ao Gólgota da Alta Iniciação, com a cruz de madeira tosca e pesada que lhe entregam na primeira Iniciação de Mistérios Menores.
Recorda-te, bom discípulo, que essa cruz pesa com o peso de teu próprio Karma e não te deixes cair porque o discípulo que se deixa cair, tem que sofrer muitíssimo, para recuperar o perdido. Ouve-me, bom discípulo, o caminho é duro e cheio de pedras e espinhos, a pobreza e a infâmia lhe retiram suas máscaras para ferir-te na metade da jornada. Suaras sangue e teus pés também sangrarão na metade da jornada, com as pedras do caminho.
O sendeiro da alta iniciação é o Sendeiro do Gólgota; é um sendeiro de angústias e lágrimas. No silêncio da noite, acende teus velas e no silêncio profundo onde velas, recorda-te, de teu Deus interno e penetra em sua caverna, que é o que lhe espera lá dentro, muito dentro de ti mesmo, aguardando a hora de ser realizado.
Acende tuas velas, ó chela! No silêncio profundo da noite, e penetra fundo, muito fundo, na cidade sagrada da serpente, lá dentro está teu Deus aguardando-te. Acende o fogo da noite, cerra teus olhos, retira de tua mente toda classe de preocupações mundanas, adormece-te um pouquinho e trata de conversar com teu Deus interior, em mistério, através da meditação interior, ó Lanu!
Quando aprendas a entrar em tua própria caverna, através da profunda meditação interior, poderás conversar com teu próprio Íntimo, ó discípulo. Acende o fogo sagrado na noite profunda donde velas, deixando a densa obscuridade; teu Deus quer falar-te entre a sarça ardente de Horeb.
Sensibiliza tuas sete Igrejas com teu canto, o discípulo, e não esqueças que o verbo abre as sete portas das sete Igrejas de teu organismo. Canta, discípulo, canta!
POETAS PREFERIDOS DE SAMAEL
DANTE ALIGHIERI
No início da Divina Comédia, no Canto I, lê-se o seguinte:
No meio do caminho de nossa vida
eu me encontrei por uma selva obscura
porque a Via Direita era perdida.
Dizer qual era é coisa muito dura
esta selva selvagem, áspera e forte
que só lembrá-la o pavor renova!
Tanto amarga que pouco é mais a morte;
mas para falar do bem que lá encontrei,
de outras coisas direi que descobri.
Não sei contar como é que eu lá entrei
tão grande sono tinha quando mesmo
o caminho veraz abandonei.
Dante Alighieri, esse poderoso Iluminado que escreveu a Divina Comédia, também cometeu o erro de haver-se apartado do Caminho Reto, e caiu na selva obscura do materialismo. Difícil é encontrar o caminho reto porém mais difícil e ser firme e não abandonar o caminho jamais. Quem quiser subir deve primeiro baixar, esse á a Lei. A Iniciação é Morte e Nascimento ao mesmo tempo.
Quando Dante quis subir para cima da montanha augusta da iniciação, seu Guru lhe fez baixar aos Mundos Infernos, esta é a Lei. No Submundo o poeta florentino viu e olhou as almas sofredoras dos antigos condenados e também os equivocados sinceros que estão contentes com as chamas luciféricas de suas próprias paixões aguardando o dia e a hora de ocupar seu posto entre os Bem-aventurados.
Sem essas três mulheres simbólicas, chamadas Lúcia (a Graça Divina), Beatriz (a Alma Espiritual) e Clemência (a Misericórdia), não seria possível Dante descobrir os terríveis Mistérios do Abismo. E encontrou Dante no Submundo a muitos sábios e a muitos homens de prestígio e conhecimentos e a muitos Centauros, metade homens e metade bestas.
Nos Mundos Infernos vivem Centauros tão famosos como o Centauro Quíron, o famoso educador de Aquiles e o irascível Folo e o cruel Átila, o Flagelo de Deus, e outros que hoje em dia são venerados em distintos países como Heróis Nacionais.
O Caminho que conduz à Autorrealização Íntima do Ser começa dentro dos próprios Infernos Atômicos deste pobre Animal Intelectual equivocadamente chamado Homem, continua no Purgatório Molecular do Iniciado e conclui nas Regiões Eletrônicas do Empíreo.
Todo Neófito deve aprender a distinguir entre o que é uma caída e uma baixada. O descenso consciente de Dante aos Mundos Infernos não é uma caída. Só no caminho é possível desenvolver a base de tremendos Superesforços Íntimos em nós mesmos e dentro de nós mesmos, todas as terríveis possibilidades ocultas do homem. O desenvolver de tais possibilidades nunca tem sido uma Lei.
Fora de toda dúvida podemos e devemos afirmar enfaticamente que a Lei para a infeliz Besta Intelectual é o existir miseravelmente antes de ser tragado pelo Reino Mineral, dentro do círculo vicioso das Leis Mecânicas da Natureza. E ainda que se espantem os débeis e covardes é urgente dizer que o caminho que conduz aos valentes a Autorrealização Íntima, é espantosamente Revolucionário e terrivelmente perigoso.
As palavras escritas sobre a porta do Inferno, na Divina Comédia:
INFERNO CANTO III (originale)
Per me si va ne la cittá dolente,
per me si va ne l’ eterno dolore,
per me si va tra la perduta gente
Giustizia mosse il mio alto factore;
fecemi la divina potestade,
la somma sapienza e ‘l primo amore.
Dinanzi a me non fuor cose create
se non eterne, e io eterna duro.
Lasciate ogni speranza, voi ch’ entrate.
INFERNO – CANTO III
Por mim se vai à cidade dolente,
por mim se vai para a eterna dor
por mim se vai para a perdida gente.
Moveu justiça a meu alto fator:
formou-se a divina potestade,
sapiência primeira, sumo amor.
Antes de mim não foi nada criado
senão eterno, e eu eterno duro.
Deixai toda a esperança, vós que entrais.
GOETHE
Em sublime êxtase inefável, Goethe proclama a sua Divina Mãe Kundalini como autêntica liberadora:
Levantai os olhos até a visão salvadora.
Vós, todas ternas almas arrependidas, a fim de transformar-vos, cheias de agradecimento para um venturoso destino.
Que cada sentido purificado esteja pronto para o seu serviço.
Virgem, Mãe, Rainha, Deusa.
Sê propícia!
Bem sabia Goethe que, sem o auxílio de Devi Kundalini, a Serpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes, seria algo mais que impossível a eliminação do ego animal.
É inquestionável que as relações amorosas mais conhecidas de Goethe, excluindo, naturalmente, a sustentada com Cristina Vulpius, foram, sem exceção alguma, de natureza mais erótica que sexual.
Waldemar diz: “Não cremos pretender demasiado ao dizer que, em Goethe, o desfrute da fantasia era o elementar em suas relações com as mulheres; esforçava-se por perceber a sensação da consolação entusiástica, em uma palavra, o excitante elemento musa da mulher que lhe inflamava espírito e coração e que, em absoluto, devia buscar satisfação para a sua matéria.”
“O apaixonado enamoramento que teve por Carlota Buff, Lili, ou Frederica Brion, não podia propagar, correspondentemente, toda situação ao sexual.”
“Muitas histórias literárias tentaram já expor, lisa e francamente até que ponto chegaram as relações de Goethe com a senhora Von Stein. Os fatos examinados abonam a ideia de que se tratou de uma correspondência ideal.”
“O que Goethe não viveu, como é sabido, em completa abstinência sexual na Itália e que, em seu regresso à pátria, ligou-se prontamente em vínculo com Cristina Vulpius, que nada lhe recusava, permite a conclusão que deveria antes carecer de algo.”
“Indubitavelmente”, continua dizendo Waldemar, “Goethe amou de maneira mais apaixonada quando se achava separado do objeto do seu anelo; só na reflexão tomava seu amor corpo e lhe insuflava ardor.”
“Invariavelmente, quando deixa brotar de sua pena as efusões de seu coração à senhora Von Stein, está, realmente, perto dela… mais perto que jamais pudera estar fisicamente.”
Hermann Grimm diz com razão: “Temos visto que sua relação com Lotte só é compreensível quando remetemos toda sua paixão às horas em que não está com ela.” Não está demais, neste capítulo, enfatizar a idéia de que Goethe aborrecia o coito dos fornicários: “Omne animal post coitum triste est”.
Assim que trazes a meu amor
um desditado desfrute.
Leva-te o desejo de tantas canções,
volta a levar-te o breve prazer.
Leva-o e dá ao triste peito,
ao eterno triste peito, algo melhor.
Que fale agora o poeta! Que diga o que sente! Em verdade e poesia, escreve: “Eu saía raramente; porém, nossas cartas”, referindo-se a Frederica, “trocavam-se cada vez mais viventes. Punha-se ao corrente de suas circunstâncias… para tê-las presentes de modo que tinha ante a alma, com afeto e paixão, seus merecimentos.
“A ausência me fazia livre e toda a minha inclinação florescia, devidamente, só pela prática, na distância. Em tais momentos podia eu, propriamente, deixar-me deslumbrar pelo porvir.”
Em seu poema Dita da Ausência, expressa claramente sua propensão à erótica metafísica:
Liba, ó jovem, da sagrada dita a flor
ao longo do dia nos olhos da amada !…
Mas sempre esta dita é maior do que nada,
estando afastado do objeto do amor.
Em parte alguma olvidá-la posso,
mas, sim, à mesa sentar-me tranquilo,
com espírito alegre e em toda liberdade.
E o imperceptível engano
que faz venerar o amor
e converte em ilusão o desejo.
“Seu anelo metafísico pelo eterno feminino projetava-se de tal modo sobre Carlota que nela via a Mãe, amava-a, em uma palavra, o princípio universal ou, expressando-o melhor, a própria ideia de Eva”. Já em 1775 escrevia: “Seria um magno espetáculo ver como se reflete nesta alma, o universo. Ela vê o universo tal como é e, por certo, mediante o amor.”
“Enquanto Goethe pudesse poetizar a moça que amava, ou seja, criar um ente ideal que correspondesse ao voo de sua fantasia, era fiel e afeiçoado; mas, enquanto relaxava o processo de poetizar, bem fosse por própria culpa ou da outra pessoa, retirava-se. Invariavelmente, procurava suas sensações erótico-poéticas até o momento em que a coisa ameaçava converter-se em séria, pondo-se a salvo, então, nos Pathós da distância.”
Permitam-nos a liberdade de dissentir de Goethe neste ponto espinhoso de sua doutrina.
Amar alguém a distância, prometer muito e olvidar depois, parece-nos demasiado cruel; no fundo disso existe fraude moral…
Em vez de apunhalar corações adoráveis, melhor é praticar o Sahaja Maithuna com a esposa sacerdotisa, amá-la e permanecer-lhe fiel durante toda a vida. Este homem compreendeu o aspecto transcendental do sexo; porém, falhou no ponto mais delicado; por isso não logrou a Autorrealização Íntima…
Goethe, adorando sua Divina Mãe Kundalini, exclama cheio de êxtase:
Virgem pura no mais belo sentido,
Mãe digna da veneração,
Rainha eleita por nós
e de condição igual aos Deuses…
Anelando morrer em si mesmo, aqui e agora, durante o coito metafísico, querendo destruir a Mefistófeles, exclama:
Flechas, transpassai-me!
Lanças, submetei-me!
Maças, feri-me!
Tudo desapareça!
Desvaneça-se tudo!
Brilhe a estrela perene,
foco do eterno amor!
Inquestionavelmente possuía este bardo genial uma intuição maravilhosa; se, exclusivamente, tivesse redescoberto em uma só mulher, se nela tivesse achado o Caminho Secreto; se com ela tivesse trabalhado, durante toda a vida, na Nona Esfera, é óbvio que teria chegado à Liberação Final.
Em seu Fausto expõe, com grande acerto, a fé na possibilidade da elevação do Embrião Áureo liberado a uma superalma (o Manas Superior da Teosofia).
Quando isto sucede, dito princípio teosófico penetra em nós e, fusionado com o Embrião Áureo, passa por transformações íntimas extraordinárias; então se diz de nós que somos Homens com Alma.
Ao chegar a estas alturas, alcançamos a maestria, o adeptado; convertemo-nos em membros ativos da Fraternidade Oculta.
Isto não significa perfeição no sentido mais completo da palavra. Bem sabem os divinos e os humanos, o difícil que é alcançar a perfeição na maestria.
Dito seja de passagem: é urgente saber que tal perfeição só se consegue depois de haver realizado esotéricos trabalhos de fundo nos mundos Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. De todas as maneiras, a encarnação da alma humana ou terceiro aspecto da Trimurti indostânica, conhecida como Atman-Budhi-Mas, em nós e sua mescla com o Embrião Áureo é um evento cósmico extraordinário que nos transforma radicalmente.
A encarnação do Manas Superior em nós não implica no ingresso dos princípios átmico e búdico ao interior de nosso organismo. Este último pertence a trabalhos ulteriores sobre os quais falaremos, profundamente, em nosso futuro livro intitulado As Três Montanhas.
Depois desta pequena digressão, indispensável para o temário em questão, continuaremos com o seguinte relato.
Há muito tempo sucedeu-me, no Caminho da vida, algo insólito e inusitado. Uma noite qualquer, enquanto me ocupava em meus interessantíssimos trabalhos esotéricos fora do corpo físico, tive de acercar-me, com o Eidolon, da gigantesca cidade de Londres.
Recordo com clareza que, ao passar por certo lugar daquela urbe, pude recordar, com assombro místico, a aura amarela resplandecente de certo jovem inteligente que em uma esquina se encontrava. Penetrei num café muito elegante daquela metrópole e, sentando-me a uma mesa, comentei o supradito caso com uma pessoa de certa idade que, lentamente, saboreava, numa xícara, o conteúdo daquela bebida arabesca.
De repente, algo inusitado sucede; um personagem se acerca de nós e se senta ao nosso lado; ao observá-lo detidamente, pude verificar, com grande assombro, que se tratava do mesmo jovem de resplandecente aura amarela que, momentos antes, tanto me assombrara.
Depois das costumeiras apresentações, vim a saber que tal sujeito era nada menos que aquele que em vida escrevera O Fausto; quero referir-me a Goethe.
No mundo astral sucedem maravilhas, fatos extraordinários, prodígios; não é raro encontrar-se, ali, com homens já desencarnados, com personagens como Victor Hugo, Platão, Sócrates, Danton, Molière etc.
Assim, pois, vestido com o Eidolon, quis conversar com Goethe fora de Londres e às margens do imenso mar; convidei-o e é óbvio que ele, de modo algum, declinou tal convite.
Conversando juntos, nas costas daquela grande ilha britânica, onde se encontra situada a capital inglesa, pudemos ver algumas ondas mentais de cor vermelho-sanguinolenta que, flutuando sobre o borrascoso oceano, vinham até nós. Tive de explicar àquele jovem de radiante aura que ditas formas mentais provinham de certa dama que, na América Latina, me desejava sexualmente; isto não deixou de nos causar certa tristeza.
Brilhavam as estrelas no espaço infinito e as ondas enfurecidas, rugindo espantosamente, golpeavam, incessantemente, a arenosa praia. Conversando sobre os alcantilados do Ponto, ele e eu, trocando ideias, resolvi fazer-lhe, à queima-roupa, como dizemos aqui no mundo físico, as seguintes perguntas: Tens agora, novamente, corpo físico? A resposta foi afirmativa. Teu veículo atual é masculino ou feminino? Então respondeu: “Meu corpo atual é feminino”. Em que país estás reencarnado? “Na Holanda”. Amas a alguém? “Sim”, disse, “amo a um príncipe holandês e penso casar-me com ele em determinada data (Desculpe o leitor que não mencionemos esta última).”
Pensava que teu amor seria estritamente universal; amai as rochas, lhe disse, as montanhas, os rios, os mares, a ave que voa e o peixe que desliza nas profundas águas. “Não é acaso o amor humano uma chispa do amor divino?” Este tipo de resposta a modo de pergunta pronunciada por aquele que em sua passada reencarnação se chamara Goethe, me deixou, certamente, aniquilado, perplexo, assombrado. Indubitavelmente, o insigne poeta me havia dito algo irrefutável, incontrovertível, exato.
(Retirado do livro O Mistério do Áureo Florescer, cap. 31)
VICTOR HUGO
A Senda da Realização Cósmica é o caminho do Matrimônio Perfeito. Atribui-se erroneamente a Victor Hugo, o grande humanista Iniciado, o seguinte poema:
O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro. A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz, o coração produz amor.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão. A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos. A mulher de todos os martírios.
O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem é um código; a mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo, a mulher é um sacrário.
Ante o templo nos descobrimos; ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa. A mulher sonha.
Pensar é ter no crânio uma larva. Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano. A mulher é um lago.
O oceano possui a pérola que adorna; o lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa. A mulher o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra e a mulher onde começa o céu.
Essas frases sublimes do grande humanista Iniciado Victor Hugo nos convidam à senda do Matrimônio Perfeito. Bendito seja o Amor. Benditos os seres que se adoram.
(Retirado do livro O Matrimônio Perfeito)
POESIA DIVINAMENTE HUMANA!
Temos muito que aprender. Ainda bem que temos quem nos ensine.