A necessidade do despertar da Consciência para o trabalho interno

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Convém eliminar, para o bem da Grande Causa, determinados espinheiros que obstruem o Caminho. Em tudo isso existe algo demasiado grave. Quero fazer referência ao “sonho da consciência”.

Os quatro evangelhos insistem na necessidade de despertar, porém, infelizmente, as pessoas supõem que estão despertas.
Para o cúmulo dos males, existe por toda parte um tipo de gente, muito psíquica certamente, que não somente dorme, como ainda sonha que está desperta.

Essas pessoas se autodenominam videntes e se tornam demasiado perigosas porque projetam sobre os demais seus sonhos, alucinações e loucuras. São precisamente eles que impingem a outros os delitos que estes não cometeram e assim desbaratam lares alheios.

Resulta óbvio compreender que não falamos dos legítimos clarividentes. Referimo-nos, por agora, a esses alucinados, a esses equivocados que sonham estar com a Consciência desperta.

Com profunda pena evidenciamos que o fracasso esotérico se deve à consciência adormecida.

Muitos devotos gnósticos, sinceros amantes da verdade, fracassam graças a esse lamentável estado de consciência adormecida.

Nos tempos antigos,  ensina-se o Grande Arcano, a Maithuna, a Yoga Sexual, apenas àqueles neófitos que despertavam a consciência. Os hierofantes sabiam muito bem que os discípulos adormecidos, cedo ou tarde, terminam abandonando o trabalho na Nona Esfera.

O pior é que esses fracassados se autoenganam, pensando de si próprios o melhor, e quase sempre caem como rameiras nos braços de alguma escolinha nova que lhes brinde um pouco de consolo. Depois, pronunciam frases como as seguintes: “Eu não sigo os ensinamentos gnósticos porque eles exigem um casal e isto é coisa de um só… A liberação, o trabalho, é coisa que se tem de buscar sozinho…”

Naturalmente, essas palavras de autoconsolo e autoconsideração têm por objetivo unicamente a própria autojustificação. Se essas pobres gentes tivessem a sua consciência desperta, perceberiam o seu erro e compreenderiam que eles não se fizeram sozinhos. Eles tiveram um pai e uma mãe, e houve um coito que lhes deu vida.

Se essas pobres gentes tivessem a sua consciência desperta, verificariam que assim como é em cima é embaixo e vice-versa, experimentariam diretamente a crua realidade dos fatos, dar-se-iam conta cabal do lamentável estado em que se encontram e compreenderiam a necessidade da Maithuna para a fabricação dos corpos solares, o traje de bodas da alma, e assim, conseguir o Segundo Nascimento do qual falou o Grande Cabir Jesus ao rabino Nicodemo.

Porém, tais “modelos de sabedoria” dormem e não são capazes de verificar por si mesmos que estão vestidos com corpos protoplasmáticos, que se vestem com farrapos lunares e que são uns pobres-coitados e miseráveis.

Os sonhadores, os adormecidos que supõem estar despertos, não somente prejudicam a si
mesmos, como ainda causam graves danos a seus semelhantes.

Eu creio que o equivocado sincero, o adormecido que sonha estar desperto, o alucinado que se qualifica de iluminado, o mitômano que se crê supertranscendido, em verdade, causa a si e aos demais muito mais dano do que experimenta alguém que jamais em sua vida ingressou nos nossos estudos.

Estamos falando numa linguagem dura, mas podem estar seguros de que muitos adormecidos e alucinados, ao lerem estas linhas, em vez de se deterem por um momento para refletir, corrigir ou retificar, buscarão apenas uma forma de se apropriar de minhas palavras a fim de documentar suas loucuras.

Para desgraça deste pobre formigueiro humano, as pessoas levam dentro um péssimo secretário que sempre interpreta mal os ensinamentos gnósticos. Referimo-nos ao Eu Pluralizado, ao Mim Mesmo.

O mais cômico de Mefistófeles é a maneira como se disfarça de santo. Claro que agrada ao Ego que o ponham no altar e o adorem.

Compreendam de uma vez por todas que enquanto a consciência continuar engarrafada no Eu Pluralizado, não somente dormirá, como terá, o que é pior, o mau gosto de sonhar que está desperta.

O pior gênero de loucura resulta da combinação de mitomania com alucinações.

O mitômano é aquele que se presume de Deus, que se sente supertranscendido e que deseja que todo mundo o adore.

Esse tipo de pessoa, ao estudar este capítulo, imputará a outros minhas palavras e continuará pensando que já dissolveu o Eu, ainda que o tenha mais robusto que um gorila.

Estejam seguros de que quando um mitômano adormecido trabalha na Forja dos Ciclopes muito breve abandonará o trabalho dizendo: “Eu já consegui o Segundo Nascimento. Eu estou liberado. Eu sou um Deus. Renunciei ao Nirvana por amor à humanidade”.

Em nosso querido Movimento Gnóstico, já vimos coisa muito feia. Resulta espantoso ver os mitômanos, os adormecidos alucinados, profetizando loucuras, caluniando o próximo, qualificando os outros de magos negros etc. Isso é espantoso.

Diabos julgando diabos! Todos esses “exemplos de perfeição” não querem se dar conta de que neste mundo doloroso em que vivemos é quase impossível encontrar um santo.

Todo mago é mais ou menos negro. De forma alguma se pode ser mago branco enquanto o Eu Pluralizado estiver metido no corpo. O Eu Pluralizado é o próprio demônio.

Isso de andar dizendo por aí que fulano está caído é certamente uma brincadeira de mau gosto, porque neste mundo todas as pessoas estão caídas.

Isso de caluniar o próximo e de destruir lares com falsas profecias é próprio de alucinados, de gente que sonha estar desperta.

Se alguém de fato quer autodespertar, que se resolva a morrer de instante a instante, que pratique a meditação profunda, que se liberte da mente, que trabalhe com as Runas da maneira como ensinamos neste livro…

À Sede Patriarcal do Movimento Gnóstico chegam muitas cartas de adormecidos que dizem: Minha mulher… ou fulano… ou beltrano… está muito evoluído, é uma alma muito velha… Etc.

Esses pobres adormecidos que assim falam, pensam que o tempo e a evolução podem
Autorrealizá-los, podem despertá-los e levá-los à liberação final. Essas pessoas não querem
compreender que a evolução e sua irmã gêmea, a involução, são apenas leis mecânicas da Natureza, as quais trabalham de maneira harmoniosa e coordenada em toda criatura.

Quando alguém desperta a consciência, percebe a necessidade de se emancipar dessas leis e de se meter pela Senda da Revolução.

Queremos gente desperta, firme, revolucionária; de maneira alguma aceitamos frases incoerentes, vagas, imprecisas, insípidas, inodoras etc.

Vivamos alertas e vigilantes como a sentinela em época de guerra. Queremos pessoas que trabalhem com os Três Fatores de Revolução da Consciência.

Lamentamos tantos casos de equivocados sinceros que só trabalham com um fator e muitas vezes, infelizmente, muito mal trabalhado.

Precisamos compreender que somos pobres feras adormecidas, máquinas controladas pelo Ego.

(Samael Aun Weor, Magia das Runas)

2 COMENTÁRIOS

  1. cada vez mais o trabalho vai ficando exigente nos coloca em duas grandes questão “ser ou não ser”apos ter tomado o caminho não a volta e nem como se ficar sentado,e cada vez mais temos que nos lapidar superar a nos mesmo e morrer, compreende a fragilidade humana.

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