“A beleza (arte) salvará o mundo.” Dostoievski
Qualquer artista sério (honesto) sabe que toda criação autêntica e de algum valor como forma arquetípica é resultado de constantes transformações, transmutações, o que nos remete à chave alquimia: “do espesso ao sutil, da matéria ao espírito”.
A arte não foge a esta regra, ao contrário confirma-a, e é um dos caminhos para se chegar à Síntese Filosófica (pelo menos no que lhe diz respeito) tão desejada e buscada.
E como é um processo de depuração, e só a prática constante e obsessiva leva a algum resultado. Não resulta de reflexão ou raciocínio cartesiano. É um fluir harmônico, e perfeito movimento dionisíaco de nosso universo interior.
É um dos mais surpreendentes instrumentos de autodescoberta de que dispomos. Quem é artista criador sabe do quanto é assustador um lápis e um papel branco e virgem à nossa frente. Todas as possibilidades se abrem, todos os caminhos abertos, e a liberdade assusta.
A arte revela-nos, nos põe frente a frente com o enigma. Por que ela é transformadora?
Porque aos atrevidos que se dispõem a decifrá-la verão surgir diante de si medo, pavor, supostos domínios, avanços, retrocessos, e, por fim, uma descoberta jamais sonhada de que também podem, e que arte não é só para uma classe privilegiada de indivíduos sensíveis e predestinados, e que mais do que fonte de prazer estético para outros (fruidores) também o é, e principalmente para quem a pratica.
É uma fonte contínua de autorrevelação e autotransformação.
De início traços tímidos, inseguros, ou então raivosos excessivamente fortes e desconexos, e, aos poucos (“Em paciência possuireis vossas almas”) como as nuvens se dissipando, o prazer, e o divino sentimento de criador se manifestando em nós, e a descoberta da autoexpressão distinta e única. A beleza buscada aqui não é a perfeição técnica nem a subordinação à forma tridimensional.
Ao contrário, descobriremos a espontaneidade e beleza num simples traço ou mancha, a exemplo dos artistas orientais que buscam a harmonia num único gesto e sintetizam todo o universo nesse gesto.
Ninguém é igual, somos todos donos de peculiaridades, e particularidades únicas, e a arte revela nossas potencialidades.
Convido aos interessados a fazerem uma experiência: Tenha um lápis ou caneta à mão e algumas folhas de sulfite brancas e escolha qualquer objeto que será usado como modelo. Em seguida, desenhe o modelo à frente olhando exclusivamente para o objeto, sem olhar em nenhum momento para o papel, até que julgue pronto o trabalho.
Os centros instintivo e motriz, livres dos grilhões da autocensura e com inteligências próprias, procurarão caminhos para se autoexpressarem.
Daí então a surpresa, de através da prática ver surgir em nós a capacidade de interagir com o movimento harmonioso do universo (o nosso microcosmo), e cada vez mais profundamente chegar a algum símbolo mais significativo.
(Braz Uzuelle, Artista plástico e Buscador)
Saudações.
Essa figura hiéroglifa da humanidade
significa o homem em seu estágio mais sublime puro e excelsior ao deus.
É á figura reveladora do logos perfeito “Deus”.
Guiado as mãos desse nobre semi-artista ele o próprio Deus.
Assim seja
Gosto de desenhar os meus sonhos. Seria isso também um bom exercício esotérico?