Arcano 2 – A Sacerdotisa

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Descrição e símbolos

A Sacerdotisa entre duas colunas, uma branca e outra negra. Sobre sua cabeça, envolto pelos chifres do crescente lunar, está o Globo Solar, RÁ, o Logos.

Em seu regaço um livro aberto ao meio. Em sua mão direita a cruz Ankh. O rosto está coberto pelo Véu de Ísis e tem um seio descoberto. Em sua cabeça a mitra branca e vermelha unida (as coroas do Baixo e Algo Egito).

Em sua testa, a Cobra Sagrada. Sob a Mestra, nas Águas da Vida, duas pequenas colunas, também branca e negra.

 

A Sacerdotisa

É a Divina Mãe Kundalini, a Virgem Mãe de todos os cultos religiosos. Para regressar ao Pai, primeiro temos de regressar ao Filho: “Ninguém regressa ao Pai a não ser por mim”. Mas para regressar ao Filho há de se regressar primeiro à Mãe. O filho ingrato se esquece de sua Mãe, se extravia e cai no erro, e todo erro se paga caro; quando o filho ama sua Mãe, Ela o auxilia e o leva pela mão no Caminho Reto. Ela se expressa em todo o Universo através de seus cincos aspectos: aImanifestada Kundalini; a Divina Mãe Particular; a Divina Mãe Morte; a Mãe Natura e a Maga Elemental.

No ser humano, a Mãe Cósmica assume a forma de uma Serpente. Há duas Serpentes: a Serpente tentadora do Éden, a Deusa Kali, do abominável Órgão Kundartiguador e a Serpente de Bronze que curava os israelitas no deserto, a serpente Kundalini. São os dois princípios femininos do Universo: a Virgem e a Rameira, a Mãe Divina, ou Lua Branca, e a Lua Negra referente a Astaroth (Kali, o aspecto tenebroso).

O Véu de Ísis que cai no seu rosto é o “Véu Sexual Adâmico”. As palavras inefáveis da Deusa Neith foram esculpidas em letras de ouro nos muros resplandecentes do Templo da Sabedoria:  “Eu Sou a que foi, é e será, e nenhum mortal levantou meu Véu”.

O Véu simboliza que os segredos da Mãe Natureza estão ocultos para o profano e só o Iniciado, depois de incessantes purificações e meditações, pode discorrer. Também representa o véu da inconsciência.

O Globo Solar é o Logos Solar Ra, entre os Cornos do Ascendente Lunar, indicando fecundação, gestação. O círculo é também a Serpente que morde a própria cauda, representando a Mãe Cósmica, a Vaca Sagrada. Os cornos são do Touro Sagrado Ápis, o esposo da Vaca Divina, e simbolizam internamente o Pai e externamente o Eu Psicológico (nossos defeitos). Encontramos também os atributos do bezerrinho ou Kabir. Como ascendente lunar, representam as forças gestantes do ventre genesíaco da Vaca Sagrada.

As Duas Colunas

A Sacerdotisa está entre duas colunas, Ela está dentro de um Templo, voltada para nós, por isso as colunas estão ao contrário, uma é branca e a outra é negra; são as colunas J e B de todo Templo. No Pai que está em segredo e na Divina Mãe Kundalini, vemos as duas colunas Jakin e Bohaz que são as que sustentam o Templo.

A letra hebraica Bethexpressa o dualismo das duas Colunas do Templo: Jakin, a coluna direita de cor branca, o Homem, o princípio masculino, e Bohaz, a coluna esquerda, de cor negra, a Mulher, o princípio feminino. Entre as duas colunas Jakin e Bohaz está o grande Arcano e isso muitos não entendem. Ao colocar-se a Pedra Cúbica em estado bruto entre as duas colunas ela se converte na Pedra Cúbica de Yesod já lavrada. Tem-se de conhecer o Arcano: o Maithuna, representado pelo cinzel da Inteligência e pelo martelo da Vontade.

Ao estar sentada, a Sacerdotisa nos indica o seu aspecto passivo, pois mostra o seu perfil esquerdo, no Arcano 1 o Mago está de pé, aspecto ativo.

A Coroa

Branca e vermelha juntas, esta mitra representa o Alto e o Baixo Egito, as cidades de Pe e Dep, isto é, o Celestial e o Terreno, onde se expressa o poder da Divina Mãe.

O livro em seu regaço, aberto, meio encoberto com seu manto indica que Ela é a Sabedoria, ensina a Cabala, a ciência hermética, a ciência pura.

A cruz Ankh ou Ansadaem seu peito, símbolo da vida, o fundamento Vênus, a cruz Tao. A cruz sobre o peito desnudo significa que seu produto, o leite, são as Virtudes. O peito descoberto é o Alimento Superior, o Pão supersubstancial, as Virtudes.

A Cobra Sagrada: a serpente sobre a fronte indica que é uma Mestra.

As Colunas nas Águas da Vida são as duas Colunas do Templo de Ísis, a branca Jákin e a negra Bohaz, cada uma com quatro degraus, significando os quatro corpos: Físico, Vital, Astral e Mental.

Atributo da Deidade: o signaculum do Espírito Vital da Lua, representa o ventre genesíaco de onde tudo surge e para onde tudo regressa. A Dualidade criando, gestando o Universo.
Fonema Egípcio: O Oca Chenapolex representa e ideia de filho, mas, como estes animais, sente grande ternura por seus filhos e se precipita contra os caçadores para defendê-los, então podemos ver aqui o abrigo e a segurança que nos oferece o seio do Pai-Mãe Interior. Quando aparece com o Globo Solar, lê-se “Filho do Sol”.

Fonema Místico: representa a dualidade receptora e produtora da Natureza, na Alquimia significa Infusão, isto é, a ação do Batismo.

O Sefirote Chokmah: é o Cristo Cósmico, o Christus, o Vishnu dos hindus. O Segundo Logos, Chokmah, é Amor, o Agnus Dei, o Cordeiro Imolado, é o Fogo que arde em toda a criação desde o princípio do mundo para a nossa salvação. É o fogo que subjaz no fundo de toda matéria orgânica e inorgânica.

A energia solar é luz Astral, sua essência é o poder cristônico encerrado no pólen fecundante da flor, no coração do fruto da árvore, nas glândulas de secreção interna do animal e do homem.

“No homem, seu principal fundamento está no cóccix.”

Cristo é a própria Sabedoria, o Logos Solar, cujo corpo físico é o Sol. Cristo caminha com seu Sol, da mesma forma que a Alma humana caminha com seu corpo de carne e osso. Cristo é a Lua do Sol. A luz do Sol é a Luz do Cristo. A Luz do Sol é uma substância cristônica que faz crescer a planta e brotar a semente. Dentro da dureza do grão fica encerrada essa substância do Logos Solar, que permite à planta reproduzir-se incessantemente com a vida gloriosa, pujante e ativa.

A energia desprendida do Fogo Solar está fixada no coração da Terra e ela é o núcleo vibrante das células de todo ser vivo. Com a ajuda do Segundo Logos este mundo tem Consciência, assim nós também poderemos despertar e ter Consciência.

Cristo é o Sol Central, é o Raio que nos une ao Absoluto.

“Eu creio no Filho, o Crestos Cósmico, a poderosa Mediação Astral, que enlaça nossa Personalidade Física, com a Imanência Suprema do Pai Solar”, diz um antigo ritual egípcio.

O Cristo não é um indivíduo. O Cristo Cósmico é impessoal, Universal e está além da Individualidade, da Personalidade e do Eu, é uma Força Cósmica que se expressa através de qualquer homem que esteja devidamente preparado.

Um dia se expressou através do grande Yeshua ben Pandirah, conhecido no mundo físico como o Mestre Jesus de Nazaré e também se expressou através de muitos outros. Cristo é uma Inteligência Cósmica, latente em cada átomo do Infinito. A Substância da Verdade. Cristo é a Verdade e a Vida.

Entre os chineses é Fu-Hi; entre os mexicanos, é Quetzalcoatl, que foi o Messias e transformador dos Toltecas; entre os japoneses é Amida, aquele tem o poder de abrir as portas do Gokurak (o Paraíso). No culto de Zoroastro, é Ahura-Mazda. Os Eddas germânicos citam “Kristos”, um Deus semelhante a Jesus de Nazaré, nascido no dia 25 de dezembro à meia noite, igual aos Cristos nórdicos: Odín, Wotan e Beleno. O Evangelho de Krishna, na Índia milenar, é similar ao Evangelho Cristão. No Egito, era Osíris e todo aquele que o encarnava era um Osirisficado; Hermes Trismegisto é o Cristo Egípcio.

O Logos Solar não é um indivíduo, é um exército: o Verbo, a Grande Palavra. O exército da Voz é uma unidade múltipla, eterna, incondicionada e perfeita, o Logos Criador.

“No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito. A Luz resplandeceu nas trevas e as trevas não a compreenderam”. (João 1:1-5).

Ele é o Grande Alento emanado das entranhas do Eterno Espaço Abstrato Absoluto. Ele é o Ser de todos os Seres, o Absoluto, o Inominável, o Ilimitado Espaço. Quem encarna seu Cristo se cristifica e ingressa nas fileiras do Exército da Voz.

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No Cristo todos somos Um. No Senhor não existem diferenças entre homem e homem, porque n’Ele todos somos Um. No mundo do Senhor não existe a Individualidade nem a Personalidade. Nele não há diferenças hierárquicas, a variedade é a Unidade.

Temos de acabar com a Personalidade, com a Individualidade, com o Eu, para que nasça em nós o Ser.

Só Ele pode dizer: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. “Eu Sou a Luz. Eu Sou a Vida. Eu sou o Bom Pastor. Eu Sou o Pão. Eu Sou a Ressurreição.” “O Eu Sou é o Cristo Interno de cada homem, nosso Divino Augoeides, o Logos.”

O que recebe a Coroa da Vida tem o direito de dizer: “Eu Sou Ele, Eu Sou Ele, Eu Sou Ele…” O Cristo é simbolizado pelo falo em ereção, pelo cetro de poder levantado, pela torre, pela pedra aguda e pela túnica de glória. Ele é origem divina Cristo é Amor. A Antítese do Amor é o Ódio, que se converte em fogo e queima. O monstro mais terrível que existe sobre a Terra é o ódio.

Existe um axioma hermético que nos mostra como formar o Cristo em nós, é o seguinte:

“Receber com agrado as manifestações desagradáveis de nossos semelhantes”.

Quem mente, peca contra o Pai, que é a Verdade; quem odeia, peca contra o Filho, que é o Amor, quem fornica, peca contra o Espírito Santo, que é a Castidade. Seu nome cabalístico é Ophanim, sua região a dos Querubins e seu atributo, a Sabedoria.

Letra Hebraica Beth quer dizer: “Casa, Tenda”. O Vocábulo se compõe de “Sonho Formação”, isto é, “Sonho Criador”, a Imaginação como princípio Criado.

A Mãe tem seu equivalente no Arcano 2.

A Sacerdotisa

Valor numérico: 2
Letra: B
Planeta: Lua
Cor: Violeta

Princípio alquímico: o dissolvente Universal e o poder de raciocínio da Mente. Desperta no ser humano aptidão para considerar os fatores opostos, coordenar as afinidades das coisas e propender à relação dos sexos.

Arcano 2: A Sacerdotisa no ato de exercer seu Sacerdócio. O Símbolo da Imaginação Criadora que cria cifrado na letra Beth. Representa a substância Divina, o princípio formado. A Mãe. A Ciência Oculta e a Manifestada. O passado e o futuro irmanados no Eterno Presente.

No campo do Espírito, o 1 é o Pai que está em segredo e o 2 é a Mãe Divina, que é o desdobramento do Pai, a manifestação Dual da Unidade. A Unidade ao desdobrar-se, dá origem à Feminilidade Receptora e Produtora da Natureza. No homem o número 2 é a Imaginação, enquanto o número 1 é a Vontade.

O número 2 como Princípio Absoluto representa a dualidade, a diversidade, a divisão e multiplicação, o par e o ímpar. É a Mãe e seu elemento criador. Pitágoras o chama de: multidão, audácia, fonte, fundação, distribuição, harmonia e paciência. Mas no negativo ele o chama de: dissimilitude, horror, averno, discórdia, remorso e morte. No superior: a Mãe, e no inferior: a Humanidade.

A Mãe Divina é o Eterno Princípio Feminino, representado pela Lua.

O princípio Universal da Vida se desdobra no Eterno princípio Feminino Universal, que é o Grande “Pralaya do Universo, do Cosmo, seio fecundo de onde tudo nasce e para onde tudo volta. Que seria da Grande Vida, se não existisse o número 2? O 1 é o Pai, o 2 é a Divina Mãe. Eis aqui a maravilha do número 2.

“Deus é Pai e Mãe ao mesmo tempo”.

Os Elohim podem polarizar seus princípios masculino ou feminino. Nos antigos Templos sempre havia um sacerdote e uma sacerdotisa. Na Maçonaria primitiva existia um Mestre e uma Mestra. O Conde Caliostro tentou fundar a Maçonaria Egípcia na Inglaterra, porém teve muitos inimigos, tendo estabelecido dois tronos.

Como princípio de formação no ser humano, o signo está formado por uma reta e uma curva, símbolos do espiritual e do material. É a imaginação, princípio de sabedoria, razão, discrição, associação, adaptação, equilíbrio, passividade, domesticidade. Representa e afinidade e a concordância das forças opostas, a relação dos sexos, o equilíbrio do moral e do material. É ordem na mão de obra e imaginação no pensamento. Dá o julgamento correto pelo qual a reta razão nos guia para o melhor nos Caminhos Retos.

Como força atuante nas relações mundanas: “Fonte de Sintonias” o chamaram os Pitagóricos, e como tal comunica aos números com que se associa a virtude de Consonância, que se faz efetiva através do espírito de Concórdia da pessoa que o tem no nome ou data de nascimento. O estudante que se identifica com a Díade conhece o mistério da maternidade.

Relaciona-se na Criação: princípio da Dualidade, diversidade; elemento feminino de diferenciação.

Planeta: Lua.
Signo zodiacal: Touro.
Nota musical: Ré.
Cor: Violeta.
Metal: Prata.
Essência: Baunilha.
Pedra: Esmeralda.
Substância química: Sulfato de sódio.
Corpo humano: plexo solar, laríngeo, linfa, estômago, sentido do paladar.
Ideias: Concórdia, associação, adaptação, passividade, domesticidade e dualidade.
Lua em Câncer. Câncer é o trono da Lua, o signo de prata, tanto alquímico como natural. Matéria receptiva do espírito feminino maternal universal. A Lua rege a maternidade e a morte. Hoje em dia se comprovou a influência da Lua sobre os líquidos, sobre o crescimento das plantas, sobre os ciclos das doenças, sobre o aumento dos crimes, os atos de loucura etc.

A Lua tem poder sobre o Sal, e o sal é a base de tudo que vive. Dentro do nosso organismo existem 12 sais, os 12 sais zodiacais. A Lua leva e traz os valores a uma nova matriz: rege os primeiros 7 anos da vida.

Atributo modelador:

– Espiritual: representa a matriz na qual tomam formas as imagens, a tese delineando a antítese; a fonte que acumula as águas do manancial.

– Mental: é a dualidade, o sentido dos opostos, a razão que compara, o positivo e o negativo, o feminino e o masculino, o visível e o invisível, a Luz e a Sombra.

– Físico: propendem à fusão dos desejos, afinidade química, relação dos sexos, o comércio, o intercâmbio, a dualidade e duplicidade.

Axioma transcendental: “O vento e as ondas vão sempre a favor de quem sabe navegar”.

Antigamente, dizia-se que a vida era como um grande oceano e quem triunfava na vida era considerado um grande marinheiro. O bom marinheiro não só sabe aproveitar o vento e as ondas, mas também é capaz (de acordo com os signos estelares e outros augúrios) de predizer o tempo; ademais conhece a rota e, se é nova, a estudo com anterioridade e se informa com os que já a percorreram.

Por isso, o bom navegante do mar da existência, se não quer converter-se num náufrago ou num simples pedaço de madeira levado pelas tempestuosas ondas, ao vaivém dos ventos, deve fazer o mesmo: conhecer o Barco e sua tripulação, autoconhecer-se, saber como está constituído e quem são os que o acompanham em tal empresa, se são bons marinheiros (parte do Ser) ou maus marinheiros (agregados psíquicos). Conhecer os mapas do caminho, da rota a seguir, isto é, estudar Cabala, Alquimia, enfim toda a Sabedoria Antiga, que há de conduzi-lo a um porto seguro.

Inclusive o bom marinheiro sabe aproveitar as mais duras adversidades. Porque no mar da existência, algumas vezes sopram ventos propícios, mas outras, nem tanto, e ainda assim há que seguir navegando sem sucumbir à tempestade. Sempre busca auxílio nas estrelas, nas partes superiores do Ser e nos Mestres da Fraternidade Branca.

Elemento de predição:

“Promete atração e repulsa, perdas e ganhos, subidas e descidas, inspirações favoráveis à iniciativa e a secreta oposição de terceiros para elevar o que se iniciou a um bom final”.

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