Inúmeros pesquisadores modernos chegaram à conclusão de que “é difícil encontrar uma única fração do corpo humano que não sofra a influência dos tons musicais”. Assim, a música influi na circulação, na circulação, na respiração, na digestão, no sistema nervoso, nos ossos e na coluna vertebral, de acordo com as características da música ouvida, sua velocidade, regularidade das vibrações, seu ritmo etc.
Outrossim, ficou cientificamente provado que a música estimula os hormônios ACTH e MSH da glândula hipófise, que atuam na concentração e retenção visual, podendo também ressincronizar e harmonizar o organismo humano. A sua assimilação vem do sistema que sincroniza a respiração, como também a concentração e a imaginação.
Portanto, a música ambiental ou motivacional reduz a fadiga, aumenta o rendimento no trabalho, equilibra o sistema nervoso e reduz a tensão muscular que quem a ouve.
Foi comprovado também que características musicais como acordes consonantes e dissonantes, intervalos diferentes, frequências variáveis, volumes elevados, exercem um profundo efeito sobre o corpo humano: no seu pulso, ritmo respiratório, pressão sanguínea, capacidade de reação, capacidade de concentração etc.
A música afeta o corpo de duas maneiras diferentes: de forma direta, quando o som atua nas células e órgãos, e de forma indireta, quando o som atua nas células e órgãos, e de forma indireta, quando o som atua sobre as emoções, influindo nos processos corporais e provocando uma série de tensões.
O musicólogo Julius Portnoy, em sua obra A Música na Vida do Homem, escreve: “A música pode modificar o metabolismo, afetar a energia muscular, elevar ou diminuir a pressão sanguínea e influir na digestão. E pode fazer todas essas coisas com maior sucesso e de maneira bem mais agradável do que qualquer estimulante que produza essas alterações em nosso corpo”.
Verificou-se, através de pesquisas, que ritmos irregulares da jazz ou rock provocam má digestão, alteram o ritmo das batidas cardíacas, elevam a pressão do sangue, sendo mais arriscados se a pessoa sofrer de hipertensão ou estiver dirigindo um automóvel. Essa alteração do ritmo cardíaco parece depender da forma como a frequência rítmica se relaciona com as pulsações, normalmente em torno de 65-78 batimentos por minuto.
Um tempo musical que tenha mais ou menos o mesmo ritmo da pulsação cardíaca nos acalma; um ritmo mais lento gera certa tensão e um ritmo mais acelerado eleva as pulsações cardíacas, gerando uma excitação emocional que vai da euforia à histeria.
Como o ritmo acelerado libera na corrente sanguínea substâncias químicas que excitam o organismo, provocando uma espécie de “chute” ou solavanco na psique da pessoa, se ela ouvir essa música por determinado número de horas por dia, esses “chutes” se converterão numa forma de dependência, e a pessoa acaba experimentando uma sensação de vazio quando não a está ouvindo.
Para o pesquisador mexicano Fernando Salazar Bañol, “o corpo humano é um conjunto de elementos mecânicos ressonantes. Cada órgão vibra de acordo com sua forma, tamanho e constituição”. Assim sendo, cada disfunção de um órgão apresenta uma alteração na sua ressonância.
Isso foi comprovado por meio da emissão de estímulos sonoros, de uma frequência análoga, sobre determinado órgão. Dessa forma, podemos deduzir a tônica fundamental de todos os órgãos que compõem o corpo humano.
Para Bañol, os três princípios básicos em que se fundamenta a musicoterapia são:
- O restabelecimento das relações interpessoais, como, por exemplo, utilizando a música ambiental ou motivacional, executada nos ambientes dos escritórios e fábricas;
- A conquista da autoestima e da autorrealização, destacando-se a valorização do ser humano como um todo. Por exemplo, as músicas antifrenéticas e antiestressantes do dr. Steven Halpern, que influenciam diretamente a parte psíquica do homem;
- A correta utilização do Ritmo, da Harmonia e da Melodia, visando restabelecer a energia do indivíduo. Por exemplo, os “largos” da música barroca, que têm sido utilizados com grande efetividade no sistema de superaprendizagem do cientista búlgaro Lozanov. Esse fisiólogo adota em seu método a escolha de certas músicas que nada têm a ver com os gostos pessoais dos seus pacientes, recomendando temas que são considerados uma espécie de mantra. Esses “mantras musicais” provocam um estado psicológico de concentração (relaxada), levando ao equilíbrio holístico do corpo e da psique.
O dr. Steven Halpern, famoso compositor de músicas new age e pesquisador das influências da música na saúde psicofísica, ensina: “Observe seu corpo e veja como se sente, permitindo que a música seja o centro de sua atenção. Mantenha à mão músicas que sejam do seu agrado, de tal forma que, quando quiser ou precisar de algum estímulo musical, você não tenha de esperar pelo rádio para ouvi-las, recebendo assim o estímulo de que precisa”.
No entanto, o dr. Halpern sugere que as pessoas tomem cuidado ao ouvir rock e também certas músicas clássicas, como a Patética de Tchaikovski, porque, segundo ele: “Chegou o momento de nos conscientizarmos também dos efeitos dos sons saudáveis e dos sons prejudiciais e assumirmos a responsabilidade pelos sons que deixamos entrar em nosso organismo”.
Pesquisadores modernos ligados à musicoterapia afirmam que as vibrações sonoras penetram em regiões do cérebro que nem mesmo as mais potentes drogas conseguem. O dr. Wilson Bryan, em uma série de pesquisas sobre a influência da música rock, verificou que a música acima de 80 decibéis ouvida durante 100 minutos pode levar até 36 horas para uma completa recuperação dos ouvidos. Nessa mesma série de pesquisas, o dr. Bryan também verificou que nesse mesmo volume ocorreu uma séria alteração nas atividades gástricas.
A conclusão foi: “As pessoas, em geral, respondem à música sedante com fortes contrações, mas ao ouvirem música desagradável há uma paralisação da atividade gástrica”. Demonstrou também que ouvir música num volume superior a 80 dB retarda em até 50% a transmissão de mensagens para o cérebro feitas por meio de um mecanismo eletroquímico, pois o som influi na mielina, que é a substância dos neurônios que transmite essas mensagens a uma velocidade de aproximadamente 523 quilômetros por hora.
Em consequência, outro pesquisador da influência da música no organismo humano, o dr. Tartchanoff, estudando os efeitos dos estímulos sonoros no sistema muscular, conclui: “A música exerce poderosa influência sobre a atividde muscular, aumentando ou diminuindo de acordo com as melodias testadas”.
Tartchanoff finaliza, afirmando que quando a melodia tem ritmo lento e tom menor, diminui a capacidade de trabalho muscular. Os sons que aumentam a energia muscular são aqueles tons isolados, com escalas e motivos simples. E que sob a ação da música, as correntes elétricas do corpo provocam modificações nas secreções cutâneas.
No sistema endócrino, essa influência da música se deve à adrenalina, a qual é lançada na corrente sanguínea de uma pessoa que está com medo, estresse, ansiedade ou quando está submetida a um volume anormal de música.
Quando isso ocorre, o coração bate célere, os vasos sanguíneos se constringem, dilatam-se as pupilas, empalidece a pele, e não raro o estômago, os intestinos e o esôfago são tomados de espasmos.E quando o volume é mantido prolongadamente, os batimentos cardíacos se tornam irregulares.
O dr. Lee Salk, dos EUA, fez uma série de experimentos no berçário de um hospital. Tocando para bebês uma gravação (inaudível para os ouvidos) com batimentos cardíacos normais, a grande maioria deles acalmou-se e dormiu profundamente. E em outra ocasião, para esses mesmos bebês, tocou outra gravação com os batimentos cardíacos de uma pessoa excitada, e logicamente a maioria dos bebês despertou tensa e chorando.
Dando continuidade às pesquisas da influência da música no corpo e na mente das pessoas, o dr. Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, utilizou em pacientes hospitalares músicas relaxantes de harpa e um vídeo de 57 minutos com músicas para meditação e concentração relaxada.
Segundo Kabat-Zinn, nossas respostas psicofísicas à música incluem alterações químicas inteligentes e complexas, não somente na parte pensante de nosso cérebro, mas também em nosso centro emocional – ou sistema límbico –, que controla os batimentos cardíacos, a respiração e a tensão muscular.
Outros hospitais, não só nos Estados Unidos e no Canadá, mas especialmente no Japão, na Alemanha, França e Inglaterra, estão realizando pesquisas avançadas com a música para inúmeras situações da vida, tais como: o nascimento de um bebê, a preparação de pacientes para uma cirurgia cardíaca, em vítimas de acidentes que perderam a fala ou movimentos e até na preparação de pacientes para a morte.