O venerável mestre Samael Aun Weor afirma, em suas diversas obras, especialmente no livro Tratado de Medicina Oculta e Magia Prática, que existem cidades misteriosas, mágicas, ocultas pelo véu do Mistério.
São cidades míticas, que na verdade não se encontram no mundo físico, mas na quarta dimensão (estado de Jinas). Muitas das cidades, por algum motivo estranho, são visitadas por exploradores e até por cidadãos que não têm nenhum conhecimento esotérico.
Mas quando retornam para uma segunda visita, essas cidades simplesmente desaparecem. Tais são os casos de Manoa e El Dorado. Esses exemplos de cidades “Jinas”, ou seja, que existem eventualmente no mundo físico e eventualmente em outra dimensão, são mencionados em abundância pelo grande mestre gnóstico Samael Aun Weor.
Vejamos agora outro caso de cidade Jinas. Existe uma lenda interessantíssima, a de uma cidade misteriosa que se localiza na Bahia. Essa cidade mítica foi mencionada por um grupo de exploradores paulistas, os famosos bandeirantes, em algum rincão desse estado nordestino, mas até hoje ninguém conseguiu encontrá-la, salvo depoimentos de alguns exploradores. Afinal, qual é a verdadeira história da cidade misteriosa?
Na Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, existe um documento datado do século 16, batizado com o nome de Manuscrito 512. Foi escrito supostamente por bandeirantes, famosos caçadores paulistas de tesouros e de escravos. Vejamos do que se trata essa história.
No fim do século 16, um navio português naufragou na costa central do Brasil. Diz-se que houve um único sobrevivente, de nome Diogo Álvares, que foi resgatado pelos índios guarani. Permaneceria o resto de sua vida junto a eles, com quem conviveu em paz e harmonia, chegando inclusive a casar com uma indígena.
Um de seus descendentes, de nome Muribeca, descobriu no interior certas minas nas quais supostamente havia ingentes quantidades de ouro, prata e pedras preciosas.
Começou a explorá-las e ficou muito rico comercializando com o que extraía delas desde os portos baianos. Seu filho partiu dali rumo a Portugal, em uma das múltiplas viagens nos quais levava à metrópole os tesouros obtidos nas minas de seu pai. Tal era sua ambição, que não hesitou em prometer ao rei revelar-lhe a localização de ditas minas em troca de obter um título de nobreza, o de marquês.
Uma vez conseguido, retornou ao Brasil junto a uma expedição da Coroa portuguesa. Porém, ao chegar para a Bahia e mostrar a todos sua nobiliarquia, descobriu que em lugar de um marquesado o que lhe haviam outorgado era realmente uma capitania provisória. Indignado, negou-se a revelar a localização exata das minas e morreu na prisão, levando o segredo para a tumba.
Semelhante história daria pano para mangas ao que ainda hoje é considerado um dos maiores mitos arqueológicos do Brasil, porém, que nada tem a ver com supostas minas de ouro, e sim com uma civilização perdida.
Já no século 19, um botânico que andava mariposeando pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro encontrou por casualidade um antigo manuscrito no qual era narrada a viagem de um grupo de bandeirantes, comandados por Francisco Raposo, e a fabulosa descoberta que fizeram. No manuscrito, catalogado com o número 512, Francisco Raposo reporta-se ao vice-rei a descoberta de uma cidade que devia estar abandonada há bastante tempo, porém, com traços de civilização similares às de qualquer cidade de estilo greco-romana.
O Manuscrito Número 512
Existe um manuscrito datado do século 16, cujo título é Relação histórica de uma oculta e grande povoação antiquíssima sem moradores, que se descobriu no ano de 1753. Esse manuscrito é uma espécie de confirmação da cidade misteriosa, descoberta por Muribeca e, posteriormente, redescoberta pelos bandeirantes.
De fato, a descrição que se faz nesse manuscrito 512 é muito impressionante. Lê-se que os bandeirantes encontraram um caminho empedrado que desembocava em um arco de pedra com três corpos e que guardaria certa semelhança com a cidade romana de Timgad, na Argélia. E mais. Os edifícios residenciais seriam parecidos às insulae romanas, mesmo que todas elas sejam praticamente iguais.
Nessa cidade haveria várias edificações parecidas com palácios, decorados com baixos-relevos bastante singulares. Também teria sido vista uma praça central que conteria um obelisco de pedra negra encimado pela estátua de um jovem indicando com a mão direita o norte terrestre.
E como se essa descrição no manuscrito fosse pouca, a dois dias de caminho dessa cidade misteriosa encontraram uma grande cascata rodeada por covas em cujo interior os exploradores encontraram jazidas auríferas com sinais de terem sido exploradas há muito tempo.
No rio onde desembocava a cachoeira, distinguiram ao longe uma canoa tripulada por dois homens com traços europeus, que fugiram quando perceberam que estavam sendo observados.
É de supor que uma história assim não passaria despercebida. Um dos melhores exploradores de todos os tempos, o britânico Richard Burton, publicou uma tradução do Manuscrito 512 em sua obra Explorations of the Highlands of Brazil. Sua leitura cativou outro insigne aventureiro, Percy Harrison Fawcett, cuja trajetória Steven Spielberg baseou para criar o famoso personagem de cinema Indiana Jones.
O caso é o coronel Fawcett conseguiu um financiamento necessário e, em 1925, adentrou na Bacia do Rio Xingu, em Mato Grosso, com a esperança de chegar à cidade perdida. Fawcett nunca mais foi visto. Porém, o sumiço desse coronel inglês o que fez foi aumentar mais ainda o mistério das cidades perdidas nas florestas, tanto brasileiras quanto de outras regiões da América do Sul.
Ainda hoje, há quem explora a selva para ver se ainda é capaz de encontrar alguma misteriosa cidade. Em qualquer caso, a América do Sul em geral, e o Brasil em particular, é um imenso tesouro que ainda vale a pena descobrir.
As Estranhas Inscrições do Manuscrito 512
De acordo com arqueolinguistas, alguns dos símbolos contidos no Manuscrito 512 podem ser da Caldeia ou do Egito ptolomaico. Essas inscrições foram vislumbradas pelos bandeirantes em diversos pontos da cidade, principalmente nos pórticos da entrada.