Podemos dar continuidade aos nossos estudos sobre o Mercúrio interior refletindo sobre o aspecto líquido desta substância.
Por que os antigos alquimistas escolheram especialmente este elemento (Hg), juntamente com o Enxofre e o Sal, para simbolizar uma das três substâncias fundamentais da “Magnum Opus”?
A Alquimia é um processo de transformação interna (causa), e que como reflexo pode ser aplicada também no ambiente externo (consequência). Assim sendo, a base dos processos com os quais os alquimistas trabalham é um elemento interno que tem uma forma líquida, imprescindível para a obtenção do “Mercúrio dos Sábios”: o sêmen.
Desta forma, os alquimistas medievais escolheram uma substância no mundo físico que possuísse as mesmas características daquele elemento interno com qual trabalhavam, e por isso elegeram o Mercúrio, que conduz eletricidade, tem um aspecto branco prateado, forma amálgamas com outros metais como a prata e o ouro (características que trataremos em outros posts), além de possuir a característica líquida peculiar. O Mercúrio nada mais é que a “alma metálica do esperma”.
Como vimos anteriormente, o Mercúrio é dificilmente encontrado em sua forma livre, tanto em nossa natureza interna quanto no meio ambiente externo. Logo, temos que fabricá-lo. Industrialmente podemos obtê-lo através do aquecimento e posterior condensação do Cinabre, devendo ser o mesmo feito dentro de nós, alegoricamente.
Para tal fabricação temos a semente, o sêmen, que pode ser transformado no cobiçado “Mercúrio dos Sábios”, através do aquecimento desta matéria prima no Athanor – simbolizado também no Vaso de Hermes (Mercúrio) – que deve estar hermeticamente fechado, mediante o Arcano AZF , sendo necessária ainda a posterior condensação deste metal condutor de eletricidade em nosso corpo.
Aos poucos iremos fabricando nosso “Mercúrio Interno”. Se nos faltar ou a matéria prima, ou o Athanor, não conseguiremos fabricar tal substância. Por isso a prática do Arcano AZF e a não ejaculação do sêmen são pilares fundamentais dentro da Grande Obra Alquímica. Lembremo-nos do sexto dos dez mandamentos: “Não fornicar”.
Outra característica verificada neste metal líquido é que uma descarga elétrica pode fazer com que seu vapor combine-se com os gases nobres, entre eles o Argônio (elemento este que também veremos no futuro).
Podemos nos recordar nestes instantes também do Sagrado Caduceu de Mercúrio com suas serpentes ascendentes – Idá e Pingalá. Compreendamos aqui o que foi dito anteriormente: O número atômico do Mercúrio é 80, que cabalisticamente soma 8, número que forma a figura do Santo Oito, símbolo do infinito. É pelo canal medular central Sushumna que deve ascender a Kundalini, que nada mais é que o Mercúrio dos Sábios fecundado pelo Enxofre, com a ajuda do Sal.
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