“O nome que eu uso é Samael Aun Weor. Não é um nome caprichoso que eu tenha escolhido ao acaso, não. Eu não pus este nome em mim. Eu tenho me chamado assim através de toda a eternidade.
De idade em idade, de mahavântara em mahavântara, sempre fui Samael Aun Weor. Este é o nome d’Ele, de minha Mônada Divina. É o nome que identifica o Rei do Fogo e dos vulcões indubitavelmente.
Como disse Maomé: Alá é Alá e Maomé é seu homem. Ele é perfeito e eu não sou. Não entendo que seu filho seja perfeito porque perfeito só há um, o Pai que está em segredo. Nenhum de nós é perfeito.
Assim, pois, irmãos, no mundo da mente, quem possui um corpo astral sabe seu Nome. Depois e morto, continua ali com sua personalidade astral viva e já não é uma criatura mortal.
Mas, se alguém fabricasse o corpo astral e após parasse, não continuasse trabalhando com o mercúrio, em novas existências degenerará. Depois ainda teria de se submeter a reincorporação em organismos inferiores de animais até eliminar o que tiver de Hanasmussen.
Meus queridos irmãos, há diversos reinos e, assim como aqui, tais remos são governados por devas ou hierarquias. Uma vez que se conseguiu a fabricação do corpo astral mediante o fogo e o mercúrio da filosofia secreta, devemos nos dedicar a trabalhar na fabricação do corpo mental.
Todo mundo pensa que tem um corpo mental próprio e isso é falso. As pessoas não têm mente própria, as pessoas têm muitas mentes. Pensem no seguinte: o eu é múltiplo. O eu é um conjunto de pessoas que cada um leva dentro. O corpo é uma máquina e através dessa máquina de repente expressa-se um eu, isto é, uma pessoa, porém essa pessoa sai e se mete outra. Depois, essa outra sai e se mete uma outra e assim sucessivamente. Total: o animal intelectual não tem individualidade definida. É uma máquina controlada por muitas pessoas, porém cada uma dessas pessoas chamadas eus têm uma mente diferente.
Como quer que são tantos os eus, as mentes são muitas. Cada eu tem a sua mente, suas idéias, seus critérios próprios etc. Então, meus queridos irmãos, onde está a mente individual do pobre animal intelectual equivocadamente chamado homem? Onde está a mente desse pobre mamífero racional? Qual deles se é?
Infelizmente, devemos nos dar conta do que somos, se é que queremos uma transformação radical.
Depois que se conseguiu a fabricação do astral, temos de fabricar um corpo mental. E o faremos com o que? Com o mercúrio! Esse mercúrio se cristalizará no corpo da mente. Quando saberemos que temos uma mente individual? Quando pudermos usá-la. Quando formos capazes de viajar com o corpo mental através de todo o universo, de planeta em planeta. Só então saberemos que temos um corpo mental de carne e osso.
Quando já possuirmos verdadeiramente um corpo mental, partiremos para um trabalho mais avan-çado, começaremos a criar o corpo da vontade consciente, o corpo causal, usando sempre o mercúrio fecundado pelo enxofre. Portanto, o trabalho é ordenado. Primeiro se fabrica o corpo astral, em seguida o corpo da razão objetiva ou corpo mental e depois o corpo da vontade consciente ou corpo causal. Cada um destes corpos tem suas leis. O corpo físico está governado por 48 leis, o astral por 24, o mental por 12 e o causal por 6.
Vejam vocês as maravilhas dos corpos já fabricados. Esses corpos astral, mental e causal têm de fato seu princípio, sua alma humana. Assim nos convertemos em um homem real, verdadeiro, graças ao mercúrio da filosofia secreta fecundado pelo enxofre; um homem real no sentido mais completo da palavra.
Julgarmo-nos homens nestes momentos atuais é uma falsidade. Se colocarmos um homem e um animal intelectual juntos, veremos que os dois se parecem, há uma semelhança, porém, se observarmos seus cos-tumes, veremos que são diferentes. Os costumes de um homem verdadeiro são tão diferentes dos do animal intelectual como os de um cidadão culto são comple-tamente diferentes dos de um canibal da selva.
Observem em detalhe um homem um animal intelectual, observem seus comportamentos e formas e verão que são radicalmente distintos, diferentes, intimamente não se parecem em nada, ainda que a apa-rência física de ambos seja igual. Que nos animais intelectuais estão as possibilidades de se converter em homem isso é coisa bem diferente! Neles estão os germes dos corpos existenciais superiores do Ser! Tais germes são emanações do Sagrado Sol Absoluto que podem ser vivificados através do trabalho com a alquimia sexual e isto é importantíssimo!
Muito bem, uma vez recebido o princípio anímico, o qual chamaríamos na gnose de pneuma ou espírito, vem a segunda parte do trabalho que é bem mais profunda: trata-se de refinar mais o mercúrio e de se intensificar a eliminação do mercúrio seco e do sal vermelho.
Que é o mercúrio seco? Já dissemos que está formado ou representado pelos eus que carregamos dentro. Que é o sal vermelho ou enxofre arsenicado? e o fogo infra-sexual, o fogo que emana do abominável órgão kundartiguador. Para a criação dos corpos exis-tenciais do Ser é necessária também a eliminação e a eliminação se intensifica na segunda parte do tra-balho: a eliminação dos elementos indesejáveis, do mercúrio seco e do sal vermelho ou enxofre arsenicado.
No terceiro trabalho, meus estimados irmãos, na terceira cocção, porque são três cocções ou três purificações pelo ferro e pelo fogo, temos de converter os corpos existenciais superiores do Ser em veículos de ouro puro. De onde vai sair o ouro puro? Transporta-o o mercúrio… Assim como São Cristóvão leva o menino, assim também o mercúrio leva em si o ouro. Porém, necessita-se de um artífice que seja capaz de unir os átomos do ouro com o mercúrio.
Este artífice o temos todos dentro de nós mesmos, é uma das partes de nosso Ser: o alquimista particular de cada um de nós e que é conhecido como Antimônio. Que poderíamos fazer nós sem essa parte, sem esse alquimista? Felizmente, ele conhece a arte e é um grande artista. Ele sabe como irá conseguir a união dos átomos do ouro com o mercúrio.
Assim, pois, na terceira parte do trabalho é necessário que o corpo astral converta-se em ouro puro, em um veículo de ouro. Somente assim poderá ser recoberto pelas partes superiores do Ser ou pelas diferentes partes do Ser. O corpo mental deve ser convertido em um veículo de ouro. Somente assim ele poderá ser recoberto pelas distintas partes do Ser. O corpo causal também terá de se converter em ouro puro para que possa ser recoberto pelas diferentes partes do Ser.
Em seguida, a alma-espírito deverá se transformar em alma de ouro e por último, o mais valioso que temos, o Atman do qual falam os hindus, terá de se converter em ouro puro. Quando se conseguiu isto, quando todos os veículos foram recobertos pelas diferentes partes do Ser, quando todo o mercúrio seco e todo o sal vermelho foi eliminado, chega o nosso Pai. Ele levanta-se de seu sepulcro, entra em seu envoltório e ressuscita em nós e nós n’Ele.
Chegou-se ao mestrado. Quem chega a estas alturas ganha o Elixir da Longa Vida e assim poderá conservar seu corpo físico durante milhões de anos. Quem chega a estas alturas recebe a medicina universal e de seu organismo ficam erradicadas as enfermidades. Quem chega a estas alturas poderá transmutar o chumbo físico em ouro puro como o fizeram o Conde de Saint Germain, Cagliostro, Raimundo Lullo, Nicolas Flamel e outros.
Porém, tacitamente Lúcifer entrou. Que tem que ver Lúcifer com o Bode de Mendes nesta questão? Por que Moisés tinha cornos de bode em sua testa com raios de luz? Meus irmãos, esse Lúcifer, diríamos, é a mina de onde vamos extrair o mercúrio. Muitas vezes dissemos que o cavaleiro tem de enfrentar o dragão. Muitas vezes dissemos aqui que Miguel luta contra o dragão, São Jorge também luta contra o dragão. Muitas vezes dissemos que o cavaleiro toma algo do dragão e o dragão algo do cavaleiro para fazer disso uma estranha criatura. Muitas vezes afirmamos que essa estranha criatura por sua vez, por desdobramento, que resulta como síntese, é o mercúrio, o qual é simbolizado pelo peixe que o pescador tira do lago com suas redes.
Assim, pois, desse Lúcifer extraímos todo o mercúrio e à medida que o tempo for passando, Lúcifer vai se convertendo todo em mercúrio até que no fim a única coisa que resta em nós é o Mercúrio.
Que é um Mestre Ressurrecto? Mercúrio já purificado e convertido em ouro. Por isso se o representa com a Taça de Alabastro, com o alabastro vivo, com a rosa elétrica que se espera. Há alguns Cavaleiros da Ordem Superior dos Ressurrectos, mas eles não têm organização física visível em nenhuma parte.”